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Quais os riscos do cigarro eletrônico à saúde dos jovens

Edição da newsletter Cuide-se explica perigos do aumento do uso de vapes entre adolescentes

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São Paulo

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Os cigarros eletrônicos ou dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) têm preocupado especialistas em saúde pública devido aos seus potenciais riscos à saúde.

Pesquisadores destacaram que o uso entre adolescentes aumentou significativamente nos últimos anos, de acordo com um estudo da revista Pediatrics.

Em um relatório divulgado na última sexta-feira (26), a OMS (Organização Mundial de Saúde) descreveu o aumento do uso de álcool e cigarros eletrônicos em jovens de 11 a 15 anos na Europa como "alarmante".

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Vapes são comercializados em diferentes sabores, o que os torna especialmente atraentes para jovens - Zanone Fraissat/Folhapress

Quase um quarto dos jovens de 18 a 24 anos no Brasil diz ter experimentado cigarro eletrônico em 2023, segundo dados da organização Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas. É um aumento de 20% em relação a 2022.

Por que jovens? Os vapes são comercializados em diferentes sabores, o que os torna especialmente atraentes para esse grupo.

↳ Piña Colada, Cappuccino, Banana e Mirtilo foram os quatro sabores de pod —versão menor e mais simples do vape— comprados pela repórter da Folha Geovana Oliveira para uma reportagem sobre a venda desses dispositivos nos aplicativos iFood e Rappi.

Apesar da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter decidido manter a proibição dos dispositivos eletrônicos no Brasil, para comprá-los nos aplicativos, é necessário apenas confirmar ter mais de 18 anos, o que pode ser feito clicando em um botão.

Qual o impacto na saúde?

Há registros de inflamações pulmonares, doenças cardiovasculares e queda na imunidade, além de relatos de mortes e internações de jovens associadas ao uso desses produtos.

Um dos problemas mais conhecidos é o chamado "pulmão pipoca", nome associado a um tipo de bronquiolite obliterante (condição em que os brônquios ficam cheios de pequenas bolsas de ar) e que foi inicialmente diagnosticado em trabalhadores de uma fábrica de pipoca de micro-ondas —e que também atinge usuários de vape.

A Sociedade Americana do Câncer alerta que os vapes podem conter substâncias nocivas, como nicotina, produtos químicos tóxicos e até mesmo metais pesados, com potencial de causar danos graves ao organismo a longo prazo.

Também diz que o uso prolongado pode levar ao aparecimento de tumores e à dependência –e, por isso, afirma que qualquer pessoa, adulto ou jovem, não deve iniciar o uso de tabaco, incluindo cigarros eletrônicos.

Há ainda a chamada crise do Evali, sigla que remete a uma inflamação pulmonar associada a dispositivos eletrônicos. De setembro de 2019 a fevereiro de 2020, o CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) registrou 2.807 pessoas com o diagnóstico e 68 mortes.

Como combater?

Assim como no combate ao tabagismo, nos anos 90 e 2000, as autoridades de saúde devem se unir para promover medidas como campanhas de conscientização sobre os riscos, fiscalização de estabelecimentos que vendem os dispositivos ou as essências e ainda medidas rigorosas para restringir o acesso de menores de idade a esses produtos.

↳ Isso inclui uma ação coordenada entre o Ministério da Saúde, a Anvisa, a Polícia Federal e o Procon.

As escolas desempenham um papel crucial na prevenção e podem implementar programas de educação sobre os perigos do vaping e oferecer apoio para aqueles que desejam parar de usar esses dispositivos.

Profissionais de saúde também são encorajados a abordar o tema durante consultas médicas com adolescentes e seus pais.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Exercício físico leve diminui a taxa de depressão. Pesquisadores da Universidade Anglia Ruskin, em Cambridge, na Inglaterra, identificaram os exercícios de baixa intensidade como uma forma de reduzir a incidência de depressão em 23% e de ansiedade em 26%. O artigo foi publicado na revista Neuroscience and Biobehavioural Reviews.
  • Pandemia da Covid provocou um aumento de 12% em infecções hospitalares por bactérias resistentes. O aumento foi verificado principalmente em hospitais que tiveram uma maior procura por atendimento de pacientes graves. O estudo, liderado por uma pesquisadora do Niaid, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, foi apresentado no Congresso Global Escmid (Especialistas em Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, na sigla em inglês), em Barcelona.
  • Maior estudo de terapia gênica para anemia falciforme. Um grupo internacional liderado por cientistas do Hospital Infantil da Filadélfia (EUA) mostrou que pacientes com 12 anos ou mais portadores de anemia falciforme tratados com terapia gênica tiveram uma redução de 96,7% de crises vaso-oclusivas causadas pela condição por pelo menos um ano. Esse é o resultado do maior estudo clínico do gênero, onde a terapia de edição de DNA com a tecnologia Crispr apresentou eficácia em pacientes internados em um hospital. O tratamento foi aprovado no último ano pela agência FDA como a primeira terapia gênica autorizada por uma agência médica no mundo. O artigo foi publicado no periódico científico Nejm (The New England Journal of Medicine).
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