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Saúde publica nota técnica com orientações para monitoramento de anomalia congênita causada por oropouche

Documento foi elaborado em conjunto com as secretarias de saúde; ministério monitora oito casos até o momento

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São Paulo

O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica para orientar os serviços de saúde públicos e privados a investigarem e acompanharem os casos suspeitos de oropouche em gestantes, anomalias congênitas e óbitos fetais possivelmente relacionados à infecção por orov.

De acordo com as orientações, merecem atenção as grávidas com sinais e sintomas compatíveis com infecção por arbovírus, como febre de início súbito, acompanhado de dor de cabeça, muscular, atrás dos olhos e nas articulações; tontura, náuseas, vômitos, exantema, manifestações hemorrágicas (sangramento gengival e nasal); petéquias ou indícios de gravidade, como acometimento do sistema nervoso central (meningite asséptica, meningoencefalite).

A regra é válida para os casos de anomalia congênita do sistema nervoso central no feto ou no recém-nascido, e óbito fetal sem outras causas aparentes ou comprovadas —doença genética ou as infecciosas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes)—, se a gestante for residente ou tiver histórico de deslocamento para área de circulação confirmada do orov, ou apresente histórico de sintomas compatíveis com arboviroses.

Mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim, transmissor da oropouche - Divulgação

A paciente deve ser acolhida e acompanhada durante o pré-natal quando identificado risco à ela ou ao feto. As infecções por arbovírus, outros agentes infecciosos, vacinas e presença de anomalias congênitas na família deverão constar na caderneta e no seu prontuário.

Outra orientação é notificar, investigar e coletar amostras de sangue da grávida para testar por meio
de biologia molecular RT-PCR em paralelo para dengue, zika, chikungunya, orov e febre do mayaro.

As equipes de saúde deverão realizar visitas domiciliares e orientar sobre as medidas de proteção contra os vetores das arboviroses.

Em nascido vivo com anomalia congênita possivelmente relacionada à infecção por arbovírus deve-se coletar amostras de sangue e soro da mãe e do bebê, no parto, e encaminhar ao laboratório de referência para diagnóstico de dengue, zika, chikungunya, orov e febre do mayaro, bem como de outras infecções (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes).

As investigações das arboviroses também deverão contemplar as amostras de sangue, fragmentos do cordão umbilical e da placenta coletados no parto.

Se houver suspeita bem fundamentada de anomalia congênita relacionada à infecção por arbovírus, recomenda-se coletar também uma amostra de LCR (líquido cefalorraquidiano).

Em situações de óbito fetal, a recomendação é coletar amostras de tecido para detecção de arboviroses. O mesmo deverá ser feito com as amostras de sangue materno.

A febre oropouche é uma zoonose causada pelo vírus oropouche, detectado no Brasil na década de 1960. Desde então, casos isolados e surtos já foram relatados. A doença é transmitida aos seres humanos principalmente pela picada do Culicoides paraensis conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, inseto que tem um ciclo silvestre e um ciclo urbano.

Até 3 de agosto, foram confirmados 7.497 casos de febre oropouche no Brasil.

Como evitar picadas de mosquitos transmissores de arboviroses


- Use roupas compridas, que cubram as pernas, os braços ou partes do corpo onde os insetos
possam picar;

- Repelentes que contenham DEET, IR 3535 ou icaridina, podem ser aplicados na pele exposta ou nas
roupas, de acordo com as instruções do rótulo do produto;

- Use mosquiteiros feitos de malha fina, como o filó ou o voil branco;

- O maruim é encontrado frequentemente na área externa do domicílio, como quintais e varandas. Eles vivem perto de plantas como bananeiras, pés de cacau, cupuaçu, gramíneas e outras. Recomenda-se evitar esses ambientes durante o período de maior atividade dos vetores, em geral nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde (a partir das 16h);

- É fundamental a realização da limpeza de quintais que tenham acúmulo de folhas, cascas de frutas,
ou matéria orgânica, sempre que possível;

- Como medida complementar, é recomendada a proteção com telas de malha fina nas portas e janelas das residências.

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