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Mulher que amamenta após tratar câncer de mama não tem risco maior de recidiva

Dois estudos internacionais foram apresentados no Congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo)

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Isabelle Tourné
AFP

Desde coquetéis de tratamentos inéditos ao uso de inteligência artificial, a luta contra o câncer apresentou avanços significativos no Congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo), que termina nesta terça-feira (17), em Barcelona.

Possibilidade de amamentar após câncer de mama

Segundo dois estudos internacionais apresentados nesta grande conferência, que reuniu mais de 30 mil médicos, especialistas e pesquisadores de todo o mundo, as mulheres que amamentam após receberem tratamento contra o câncer de mama não enfrentam um risco aumentado de recidiva.

Isto também se aplica às mulheres afetadas por uma mutação genética (BRCA), fenômeno que aumenta consideravelmente o risco de desenvolver este tipo de câncer.

Estudos sobre câncer de mama foram apresentados num congresso em Barcelona - Shutterstock / ArtBackground

A gravidez e a amamentação após a doença eram temidas anteriormente, pois ambas envolvem alterações nos níveis hormonais.

"Estes resultados são essenciais para as mulheres que desejam engravidar e amamentar após o câncer de mama", disse Fedro Alessandro Peccatori, diretor da unidade de reprodução do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, Itália, e coautor de um dos estudos.

Dupla imunoterapia para câncer de pulmão

A imunoterapia, que consiste em estimular o sistema imunológico a combater tumores, já se mostrou eficaz contra o câncer de pulmão.

Um novo estudo de fase 2 (que avaliou a eficácia do medicamento em pessoas com a doença, seus efeitos colaterais e riscos) mostraram resultados promissores para pacientes com câncer de pulmão metastático (não microcítico).

A ideia é associar não uma, mas duas imunoterapias à quimioterapia.

"Ao indicar um segundo alvo do sistema imunológico e combinar estes tratamentos, os níveis de resposta parecem melhores, ou seja, o número de pacientes nos quais o tumor diminui", comentou Nicolas Girard, oncologista do Instituto Curie em Paris.

Um câncer relacionado à gravidez quase erradicado

Uma combinação de imunoterapia e quimioterapia deu excelentes resultados contra uma forma muito rara de câncer relacionado à gravidez (um caso em cada 10.000 gestações), que se desenvolve a partir da placenta.

Graças a esta combinação de tratamentos, 96% dos cânceres em um grupo de pacientes foram erradicados.

"Um resultado excepcional", comemorou Benoît You, oncologista do Hospices Civiles de Lyon (França), que apresentou o estudo.

Inteligência artificial para uma medicina personalizada

Um modelo de inteligência artificial de "segunda geração" abriu caminho para os tratamentos do futuro.

Esse algoritmo gigantesco funciona a partir de um banco de dados de mais de 1 bilhão de imagens de tumores de cerca de 30 mil pacientes nos Estados Unidos.

O modelo é capaz de "detectar uma série de anomalias moleculares e mutações que o olho humano nem sempre consegue ver", disse à AFP Fabrice André, diretor de pesquisa do instituto francês Gustave-Roussy.

A longo prazo, os médicos esperam contar com a ajuda desta IA para personalizar os tratamentos.

Esperanças de preservação dos órgãos afetados

A imunoterapia combinada à radioterapia antes da cirurgia melhora a sobrevivência global em um número crescente de cânceres (mama, bexiga, colo do útero...). Parece também que os tratamentos administrados antes da cirurgia permitem cada vez mais "preservar órgãos", explicou Fabrice André.

"A preservação dos órgãos é absolutamente fundamental para uma qualidade de vida mais próxima do normal", frisou.

Um estudo divulgado na segunda-feira mostrou resultados animadores sobre a capacidade de preservação do reto em casos de câncer que afeta essa parte do trato digestivo, uma vez que os tratamentos permitiram o desaparecimento completo do tumor.

"Até agora o padrão era a cirurgia, mas parece que estamos entrando em uma nova era, em que a cirurgia pode ser evitada", disse David Sebag-Montefiore, oncologista e professor da Universidade de Leeds (Reino Unido). Este avanço poderá ser aplicado a outros tipos de câncer como o de pulmão e tumores na área da otorrinolaringologia.

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