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Semenya recebe liberação temporária para correr sem controle hormonal

Decisão da suprema corte suíça suspende regras da federação de atletismo

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São Paulo

A corredora sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica na prova de 800 m, obteve uma vitória, ainda que provisória, na sua disputa com a federação internacional de atletismo (IAAF).

A suprema corte da Suíça atendeu a recurso da atleta e suspendeu, nesta segunda (3), as aplicações das novas regras de controle hormonal para mulheres, instituída pela federação.

A suspensão vale pelo menos até que a IAAF apresente sua argumentação no caso. Por enquanto, não há uma data estipulada para isso, o que significa que neste momento Semenya, 28, está apta a competir sem se submeter a um tratamento hormonal.

A previsão da sua defesa é que o tribunal suíço possa levar até um ano para julgar o caso em definitivo.

Caster Semenya antes da prova de 800 m na etapa de Doha da Liga Diamante - Ibraheem Al Omari - 3.mai.19/Reuters

"Eu estou agradecida aos juízes suíços pela decisão", a atleta disse em um comunicado. "Espero que, após minha apelação, eu possa estar apta a correr livremente."

O caso foi julgado pela Justiça comum na Suíça após uma decisão da Corte Arbitral do Esporte, sediada no país europeu, ter dado ganho de causa à IAAF na disputa com Semenya.

Em decisão divulgada no dia 1º de maio, por 2 votos a 1, a corte máxima do esporte manteve o entendimento da federação de que mulheres que têm níveis elevados do hormônio, ainda que produzido naturalmente, devem passar por tratamentos para reduzi-lo a fim de participarem de algumas provas femininas, como os 800 m, onde Semenya foi dominante nos últimos anos.

Segundo essas regras, para competir nas distâncias entre 400 m e 1.500 m a atleta deverá apresentar um limite de testosterona de 5 nanomols por litro de sangue por um período de pelo menos seis meses.

De acordo com a IAAF, a maioria das mulheres, incluindo as atletas de elite, apresenta níveis de 0,12 a 1,79 nanomol por litro de sangue, enquanto entre os homens a presença normal é de entre 7,7 e 29,4 nanomols.

O atletismo vem passando por reviravoltas sobre a questão há anos, especialmente quando Caster Semenya passou a ser dominante nos 800 metros, prova na qual ela conquistou duas medalhas de ouro olímpicas (2012 e 2016) e três em campeonatos mundiais (2011, 2013 e 2017).

A sul-africana é a mais famosa das atletas com níveis naturalmente elevados de testosterona, uma condição conhecida como hiperandrogenismo.

Em sua decisão, a corte esportiva afirmou que, por mais que a regulação seja discriminatória, "essa discriminação é um meio necessário, razoável e proporcional de alcançar o objetivo da IAAF de preservar a integridade do atletismo feminino".

No dia 3 de maio, Semenya fez sua prova mais recente, na etapa de Doha da Liga Diamante, principal circuito do atletismo. A competição mais importante deste ano será o Mundial, disputado na mesma cidade, em setembro.

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