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Descrição de chapéu Tóquio 2020 refugiados

Time de atletas refugiados triplica para Olimpíada de Tóquio

Equipe terá 29 representantes, após contar com 10 membros na sua estreia, em 2016

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São Paulo

Uma equipe de atletas refugiados composta por 29 membros participará de 12 esportes nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O tamanho do time, que vai competir sob a bandeira olímpica, é quase o triplo do inaugural, nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

O país de origem predominante entre eles é a Síria, com nove atletas. Há também esportistas oriundos do Congo, Sudão do Sul, Eritreia, Venezuela, Irã, Afeganistão, República Democrática do Congo, Iraque e Camarões.

Os atletas foram selecionados a partir de um grupo original de 56, apoiados por comitês olímpicos ou federações esportivas de 13 países por meio de um sistema de bolsas. De acordo com o COI (Comitê Olímpico Internacional), além do desempenho esportivo, foram consideradas histórias pessoais, bem como uma representatividade equilibrada em termos de esporte, gênero e regiões para chegar à lista final.

A seleção levou em consideração ainda o status de refugiado confirmado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

“Parabéns a todos vocês. Falo em nome de todo o Movimento Olímpico quando digo que mal podemos esperar para conhecê-los pessoalmente e vê-los competir em Tóquio. Quando vocês finalmente se reunirem em Tóquio em 23 de julho, isso enviará uma mensagem poderosa de solidariedade, resiliência e esperança ao mundo", disse o presidente do COI, Thomas Bach.

Eles serão o segundo grupo a desfilar na cerimônia de abertura, após a Grécia. "O esporte tem a força de mudar a vida das pessoas refugiadas, e estamos muito felizes com a notícia de que essa equipe participará mais uma vez dos Jogos Olímpicos", afirmou Jose Egas, representante da Acnur no Brasil.

Em 2016, nos Jogos do Rio, o comitê adotou pela primeira vez a equipe para aumentar a conscientização sobre o tema, enquanto centenas de milhares de pessoas chegavam principalmente à Europa fugindo de conflitos e da pobreza.

Dos 10 representantes que estiveram na última Olimpíada, 6 paticiparão da edição japonesa, entre eles o judoca Popole Misenga, 29, residente no Brasil desde 2013. Naquele ano, o congolês veio ao país para a disputa do Mundial, sofreu maus-tratos dos treinadores e resolveu desertar.

Popole Misenga em ação na Olimpíada do Rio-2016, quando ganhou sua luta de estreia - Han Yan - 10.ago.16/Xinhua

Ele treina no Instituto Reação, no Rio de Janeiro, e teve seu nome gritado pelos torcedores brasileiros durante os Jogos em sua nova casa há cinco anos. "Quando entrei na arena, achei que não teria nenhum torcedor. De repente vi o Brasil inteiro torcendo para mim. Veio um negócio...", relatou na ocasião.

Quem também irá para sua segunda participação é a nadadora síria Yusra Mardini, 21, refugiada na Alemanha desde 2015.

Durante a travessia entre os dois países, o bote que ela ocupava com a irmã e outras 18 pessoas teve defeitos, e elas o empurraram por horas no mar Egeu. Após participar da Olimpíada do Rio, um livro e um filme contaram a sua história.

"Ganhei uma das eliminatórias dos 100 m borboleta. Foi muito legal poder inspirar tantas pessoas no Rio", ela disse à Folha em 2018. "Desde o Rio, minha vida só teve boas notícias. A ONU me escolheu para ser embaixadora para refugiados. Participo de eventos no mundo todo, mas é em Berlim onde me sinto em casa."

O iraniano Hamoon Derafshipour, 28, que se mudou para o Canadá para poder realizar o sonho de ir à Olimpíada ao lado de sua esposa, Samira Malekipour, também integra o time de refugiados.

"Nunca seria permitido que ela fosse minha técnica na Olimpíada", contou Derafshipour à Folha recentemente. A Olimpíada era meu sonho. Mas não seria mais se fosse sozinho. Sem Samira, eu preferia não viajar porque depois de algum tempo passou a ser o nosso sonho, não apenas meu." Ele pretende representar o Canadá nos próximos anos, quando regularizar sua cidadania.

Hamoon Derafshipour vai competir ao lado de sua companheira de vida e treinadora, Samira Malekipour - Crédito Hamoon Derafshipour no Instagram

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