Djokovic publica foto em quadra e diz que tentará competir no Australian Open
Tenista teve decisão favorável para ficar sem vacina no país, mas ainda pode ser deportado
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Horas após ter o cancelamento do seu visto revertido pela Justiça australiana, Novak Djokovic publicou uma foto com sua equipe na Rod Laver Arena, principal quadra do complexo de Melbourne Park, onde é disputado o Australian Open.
"Estou satisfeito e grato por o juiz ter anulado o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu, quero ficar e tentar competir. Eu continuo focado nisso. Eu voei até aqui para jogar em um dos eventos mais importantes que temos, diante de fãs incríveis", escreveu nas redes sociais já durante a madrugada australiana de terça-feira (11).
"Por enquanto, não posso dizer mais nada, mas obrigado a todos por estarem comigo em tudo isso e me encorajarem a permanecer forte", completou.
Djokovic, 34, obteve uma vitória judicial nesta segunda-feira (10) em sua tentativa de permanecer na Austrália mesmo sem estar vacinado contra a Covid-19.
O juiz federal Anthony Kelly anulou a decisão do governo australiano que havia revogado o visto de entrada do tenista e determinou a sua liberação imediata, com a devolução do passaporte. Ele estava detido em um hotel de quarentena em Melbourne desde quinta-feira (6).
Kelly considerou que a detenção do sérvio e o cancelamento do visto não eram razoáveis dentro das circunstâncias em que ocorreram. A posição acabou reconhecida pelo governo australiano, que ficará responsável pelos custos legais do tenista.
Um advogado do governo, Christopher Tran, advertiu que o ministro da Imigração, Alex Hawke, ainda pode ordenar a expulsão de Djokovic da Austrália por meio de seus poderes executivos estabelecidos pela Lei de Migração.
Hawke ainda não se manifestou sobre essa possibilidade. "O ministro está considerando o assunto, e o processo continua em andamento", disse um porta-voz.
Caso ele não interfira no caso, Djokovic estará liberado para jogar o Australian Open, que começa no dia 17, em busca do seu décimo título no torneio e do recorde de 21 troféus de Grand Slam no circuito masculino.
O tenista, conhecido por ser cético em relação às vacinas, não fala publicamente sobre a sua situação de vacinação contra a Covid-19, mas confirmou à imigração que não recebeu nenhum imunizante.
Esse, porém, não era o objeto direto de debate na corte. O cancelamento do visto foi anulado porque o atleta não teria tido tempo suficiente para falar com os organizadores do Australian Open e seus advogados durante o tumultuado processo de imigração.
Djokovic viajou para a Austrália após receber um documento que o dispensaria de apresentar um comprovante de vacinação, por ter um teste positivo para Covid-19 datado de 16 dezembro. Essa autorização foi concedida pela organização do torneio e pelo governo do estado de Victoria, mas o argumento do contágio recente não foi considerado válido pelo governo federal para dispensar a vacina.
Em Belgrado, a família do jogador afirmou que a sua liberação foi "a maior vitória da sua vida".
"Ele está lá para estabelecer outro recorde. Ele é um atleta e o melhor jogador de tênis do mundo de todos os tempos. Novak sempre defendeu a liberdade de escolha, nada mais. A família Djokovic está satisfeita porque a justiça prevaleceu", disse seu irmão Djordje.
O tenista espanhol Rafael Nadal, empatado com Djokovic e Roger Federer com 20 títulos dos torneios do Grand Slam, chamou o drama em torno do caso de um "circo".
"Concordando ou não com Djokovic em algumas coisas, a Justiça disse que ele tem o direito de participar do Australian Open, e acho que é a decisão mais justa", afirmou Nadal à rádio espanhola Onda Cero.
Anteriormente, o espanhol defendeu a necessidade de vacinação e afirmou que o sérvio conhecia os riscos de não se imunizar.
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