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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Discussão que terminou com expulsão de nadadora brasileira teve gritos e dedo na cara

Ana Carolina Vieira foi desrespeitosa e agressiva e contestou decisão técnica, diz confederação; namorado dela, também nadador, foi advertido porque o casal deixou a vila sem autorização na sexta (26)

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Paris e São Paulo

A expulsão da nadadora Ana Carolina Vieira das competições olímpicas ocorreu depois de uma ríspida discussão dela com a comissão técnica. O motivo da briga teria sido a decisão de retirar a nadadora Maria Fernanda Costa, a Mafê, da equipe que disputaria os 4 x 200 m livre, em que há revezamento dos atletas.

A comissão determinou que Mafê Costa se dedicasse a suas competições individuais, onde a chance de medalha seria maior. Segundo profissionais que acompanham a rotina na Vila Olímpica ouvidos pela Folha, ao saber da decisão, Ana Carolina se revoltou e houve uma discussão feia, "com gritos e dedo na cara".

A expulsão de Ana Carolina foi anunciada na manhã deste domingo (28) pelo COB. Segundo a entidade, a atleta deixou a Vila Olímpica sem autorização junto com o namorado, o também nadador Gabriel Santos, na noite da última sexta-feira (26). Ela foi expulsa, e ele, advertido.

"Além desse fato, a atleta Ana Carolina, de forma desrespeitosa e agressiva, contestou decisão técnica tomada pela comissão da seleção brasileira de natação", diz o comunicado divulgado pelo COB na manhã deste domingo (28). Ela retornará ao Brasil imediatamente.

Ana Carolina Vieira durante a prova de 100 m livre nos Jogos Pan-Americanos de Santiago - AFP

A decisão sobre Mafê tinha lógica. Neste domingo (28), a nadadora conseguiu a vaga para a semifinal dos 200 m livre nas Olimpíadas de Paris. Mafê fez o oitavo melhor tempo da classificatória nadando em 1m56s65. Se fizer boa prova na semi, a nadadora conseguirá mais um feito inédito em Paris: a classificação do Brasil para a final desta prova.

Ana Carolina, no entanto, teria ficado inconformada com a perda da colega mais competitiva da equipe no revezamento, e se rebelou.

Segundo Gustavo Otsuka, chefe da Equipe Brasileira de Natação, a nadadora adotou uma postura agressiva "e totalmente inadequada" quando se discutiam as mudanças de posição no revezamento e que ela teria ficado consternada durante a conversa.

Conforme o dirigente, a cada missão da delegação brasileira, um código disciplinar e de conduta é apresentado aos atletas, que se comprometem a segui-lo à risca. "A atleta em questão não cumpriu e tivemos que tomar as medidas cabíveis. São fatos que aconteceram que ferem o código de conduta", afirmou Otsuka em entrevista coletiva.

Ele disse ainda que a CBDA busca ser o mais aberta possível a questionamentos por parte dos atletas, mas que a "forma de questionar é que não achamos de bom tom". De acordo com o dirigente, a decisão foi tomada de forma unânime pela comissão técnica.

"A pessoa deve sempre se portar com respeito, educação e essas coisas não aconteceram", afirmou o dirigente. "Não viemos para passeio, de férias, para brincar, viemos trabalhar pelo Brasil", completou o cartola.

Ao ser comunicada de seu desligamento, Ana Carolina aceitou a decisão sem maiores questionamentos, ainda conforme o chefe da equipe de natação.

O chefe da equipe de natação assinalou que "fatalmente" a situação da nadadora ainda será discutida posteriormente, mas que os "desdobramentos a gente não sabe ainda". Acrescentou que a CBDA não tem "nenhum interesse de prejudicar atleta nenhum. A única coisa que a CBDA quer é preservar a transparência, a lisura e o objetivo dentro de cada missão, de cada competição, para representar o país da melhor forma possível".

Não viemos para passeio, de férias, para brincar, viemos trabalhar pelo Brasil

Gustavo Otsuka

chefe da Equipe Brasileira de Natação

Sobre a saída dos atletas da Vila Olímpica, o chefe da equipe brasileira de natação disse que qualquer atleta precisa comunicar aos dirigentes responsáveis a respeito de incursões fora do padrão, principalmente por questões de segurança.

Ele afirmou que só soube da saída dos atletas da Vila Olímpica por postagens feitas nas redes sociais pelo próprio casal, posteriormente apagadas. "As postagens eram totalmente não condizentes com a atual situação da missão."

Otsuka disse também que a atitude de Santos de deixar a Vila Olímpica sem autorização é "passível de advertência", e que ele "entendeu nosso ponto de vista, compreendeu e achamos por bem que o assunto estava encerrado".

Briga anterior

Essa não é a primeira polêmica que envolve o nome da nadadora Ana Carolina Vieira. Ela já teria brigado com outra atleta, Jhennifer Alves.

As duas são do Esporte Clube Pinheiros e disputavam o Troféu Brasil de Natação, em 2023, em Recife. Jhennifer foi medalha de ouro, e Ana Carolina, de bronze.

Elas se envolveram em uma discussão quando recebiam as medalhas. Depois de provocações mútuas, houve agressão física entre as duas.

O caso foi parar na delegacia e, depois, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Casal punido

Nas redes sociais, Ana Carolina Vieira e Gabriel Santos costumam publicar mensagens celebrando o namoro. Uma delas foi postada no dia 14 de fevereiro, data em que é comemorado o Dia dos Namorados ("Valentine´s Day") nos Estados Unidos.

Ambos treinam e competem pelo Pinheiros, em São Paulo. "O Esporte Clube Pinheiros tomou conhecimento do desligamento da atleta Ana Carolina Vieira da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris. O clube vai aguardar o retorno de Ana ao Brasil para conversar com ela antes de se posicionar", informou em nota.

Ana Carolina ainda representaria o Brasil na prova de revezamento 4 x 100 m medley misto. "Vamos buscar alternativas para que a gente possa minimizar a ausência dela dentro da melhor forma possível para a natação brasileira", afirmou Otsuka.

Já Santos nadou o revezamento 4 x 100 m livre, em que o Brasil não conseguiu chegar à final.

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