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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

No duelo 60, Djokovic e Nadal emocionam Paris

Vitória de sérvio no torneio olímpico em Roland Garros vira detalhe no provável capítulo final do espanhol, seu maior oponente

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Paris

Foi um passeio, mas em Paris. Em um daqueles momentos pelos quais os Jogos de Paris-2024 deverão ser lembrados, Novak Djokovic despachou Rafael Nadal para casa pela segunda rodada do torneio olímpico de tênis. Sim, segunda rodada, coisas do ranqueamento do evento e da temporada difícil do espanhol. Um 2 a 0, parciais de 6/1 e 6/4, placar que soa esquisito diante da história do confronto. Melancólico até.

Lotada, a quadra central Philippe Chatrier de Roland Garros teve o privilégio de abrigar o duelo 60 entre dois dos maiores jogadores da história do tênis. O sérvio coleciona agora 31 vitórias, contra 29 do espanhol. A questão é saber se haverá algum dia o duelo 61.

Novak Djokovic e Rafael Nadal antes do início da partida pela segunda rodada nos Jogos de Paris - AFP

Aos 38, Nadal se equilibra entre lesões há duas temporadas. Retirou-se até de Grands Slams para competir na capital francesa. Ainda disputa o torneio de duplas ao lado de Carlos Alcaraz, líder do ranking mundial. Aos 37, Djokovic sente a sombra da nova geração simbolizada na figura da revelação espanhola, que o derrotou no começo deste mês na final de Wimbledon, mas ainda com muito fôlego. É o segundo do ranking.

"Não sei se é o último jogo, se não é. Só sei o que é possível fazer", disse Nadal, depois da partida, mantendo qualquer decisão em aberto, como tem feito nos últimos meses quando indagado sobre parar. "Todos os dias vocês querem me aposentar", afirmou, rindo, aos jornalistas. A dúvida segue no mínimo por mais alguns dias, enquanto o recordista de títulos em Roland Garros (14) sobrevive no torneio de duplas até uma eventual terceira medalha olímpica (foi ouro em Pequim-2008 em simples e nas duplas na Rio-2016).

Em uma tarde de forte calor, nesta terça-feira (29), Nadal disse que "tudo" estava diferente para ele no sexagésimo duelo com Djokovic. "Não fui capaz de ter qualidade suficiente para rebater, para me movimentar, joguei quase todo tempo em uma posição desconfortável", reconheceu.

O espanhol empolgou muito a torcida ao empatar um 40 a 0 no primeiro game, mas logo cedeu o ponto. Djokovic se impunha e abriu com facilidade 4 a 0. Em um dos lances, depois de o juiz sair da cadeira para apontar uma bola de Nadal próxima à linha, Djokovic dispensou a checagem. Torcida aplaudiu o gesto e o sérvio pela primeira vez.

Com dois erros não forçados, o espanhol entregou o primeiro set por 6 a 1.

Ele e o jogo voltaram ao normal no segundo set, quando, com duas quebras, empatou o confronto em 4 a 4, em um lance memorável dos duelistas: Nadal salvou um smash à queima-roupa de Djokovic para fechar o ponto com uma bola cruzada na cara do rival. "Consegui alguma reação, mas, é claro, não era suficiente."

No fim, apenas uma lembrança daquilo que já foi. Djokovic devolveu a quebra e fechou o set e o jogo por 6 a 4. "Estava quase impossível", reconheceu o espanhol, dando uma pequena risada ao frisar que isso não aconteceria há 20 anos. "Sim, pode ser nosso último jogo. Depende de como vamos estar, quais torneios vamos jogar", declarou o sérvio, incluindo-se na resposta, mais uma vez sendo diplomático com o rival.

"Construímos a maior rivalidade do esporte. Ninguém se enfrentou 60 vezes como nós. Isso já fala por si", disse o sérvio, que ainda corre atrás de um ouro olímpico (foi bronze em Pequim-2008).

Ao lado de Roger Federer, a dupla dominou o tênis profissional nestas últimas duas décadas. Talvez a mais brilhante geração de jogadores da história do esporte; ou, no mínimo, a mais vencedora. Em números, 24 Grand Slams para o sérvio, 22 para o espanhol e 20 para o suíço.

Talvez agora em seu capítulo final, escrito justamente no saibro que elegeu Nadal como seu rei. Paris agradece.

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