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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Judô

Willian Lima leva a prata, primeira medalha do Brasil em Paris

Judoca do Pinheiros não resiste ao melhor do mundo na categoria até 66 kg, mas assegura o 25° pódio do judô olímpico nacional

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Paris

Nem o judô brasileiro nem Willian Lima figuravam na lista de favoritos a medalhas. Neste domingo (28), o duplo prognóstico virou só curiosidade quando o atleta do interior de São Paulo alcançou a final da categoria até 66 kg e a medalha de prata, o primeiro pódio do Brasil nos Jogos de Paris-2024.

Lima, 24, foi derrotado por ippon pelo japonês Abe Hifumi, que defendia o título olímpico e é o atleta dominante na categoria há quatro anos. O brasileiro chegou ao duelo final após um combate amarrado com o cazaque Gusman Kyrgyzbayev, bem mais experiente, também com um ippon, o golpe decisivo no judô, no golden score –o tempo extra do judô que termina assim que um dos oponentes pontua .

Willian Lima leva a prata, primeira medalha do Brasil em Paris - AFP

"Fica um traço de tristeza. É muito duro perder uma luta, uma final. Ele [Abe] dificilmente comete algum erro. Só percebi que eu tinha alguma chance perto do fim da luta", contou Lima. Essa demora em ler o adversário, explicou o judoca, se deve ao fato de o rival ter diversas estratégias e normalmente escondê-las. "Nunca tinha treinado com ele. Abe se esconde para os rivais não pegarem o jeito de lutar com ele."

Na entrevista coletiva, indagado pela Folha, o bicampeão olímpico foi diplomático com o colega brasileiro. "Ele era um adversário difícil, acompanhei suas lutas. Esperava um combate complicado", afirmou Abe.

Se o resultado final era o esperado, o dia de Lima foi surpreendente. O atleta do Pinheiros figura entre os melhores do mundo, mas não entre os líderes da categoria, como o japonês. O judoca nascido em Mogi das Cruzes, que preferia a natação quando criança, contou também com a sorte. Abe e o campeão europeu, Denis Vieru, da Moldávia, estavam do outro lado da chave.

Kyrgyzbayev e Vieru chegaram ao bronze. Lima teve ainda que lidar com a lente de contato, que caiu no tatame e ele não teve dúvidas de colocar de volta no olho (ele tem mais de quatro graus de miopia). Além disso, uma contusão séria no ombro esquerdo, "justamente o lado da minha pegada".

"Tudo isso só aconteceu por causa do Dom. Ele foi programado para estar aqui", disse Lima, repetindo um bordão que criou nas redes sociais, para festejar o filho, Dom, de nove meses. "Quero colocar essa medalha no pescoço dele."

O bom dia do judô nacional foi completado por Larissa Pimenta, na chave feminina, que bateu a italiana Odette Giuffrida, em combate difícil, no golden score.

Willian Lima após vitória na semifinal das Olimpíadas - AFP

A adversária sofreu uma punição por falta de combatividade, em decisão vaiada pelas arquibancadas da arena Campo de Marte. A princípio, a italiana, contrariada, relutou em ir ao centro do tatame para a oficialização do resultado.

Depois, porém, abraçou Larissa, que chorava muito. "Não sabia o que estava acontecendo. Só chorava", afirmou a atleta, ainda visivelmente emocionada, nascida em São Vicente (SP) e que também defende o Pinheiros

As conquista mantêm a escrita do judô no país, que desde o pioneiro bronze de Chiaki Ishii, em Munique-1972, já coleciona 26 pódios olímpicos. A modalidade não falha em trazer medalhas para o Brasil desde Los Angeles-1984.

Lima é também o primeiro finalista olímpico do judô masculino desde Tiago Camilo e Carlos Honorato, que foram prata em Sydney-2000.

Vejas as medalhas olímpicas do judô brasileiro

26 MEDALHAS - 4 OUROS / 4 PRATAS / 18 BRONZES

1972 (Munique/GER):
Chiaki Ishii (-93kg, bronze)

1984 (Los Angeles/USA):
Douglas Vieira (-95kg, prata)
Walter Carmona (-86kg, bronze)
Luís Onmura (-71kg, bronze)

1988 (Seul/KOR):
Aurélio Miguel (-95kg, ouro)

1992 (Barcelona/ESP):
Rogério Sampaio (-65kg, ouro)

1996 (Atlanta/USA):
Aurélio Miguel (-95kg, bronze)
Henrique Guimarães (-65kg, bronze)

2000 (Sydney/AUS):
Tiago Camilo (-73kg, prata)
Carlos Honorato (-90kg, prata)

2004 (Atenas/GRE):
Leandro Guilheiro (-73kg, bronze)
Flávio Canto (-81kg, bronze)

2008 (Pequim/CHN):
Ketleyn Quadros (-57kg, bronze)
Leandro Guilheiro (-73kg, bronze)
Tiago Camilo (-81kg, bronze)

2012 (Londres/GBR):
Sarah Menezes(-48kg, ouro),
Mayra Aguiar(-78kg, bronze)
Felipe Kitadai(-60kg, bronze)
Rafael Silva(+100kg, bronze)

2016 (Rio de Janeiro/BRA)
Rafaela Silva (-57kg, ouro)
Mayra Aguiar (-78kg, bronze)
Rafael Silva (+100kg, bronze)

2020 (Tóquio/JPN)
Daniel Cargnin (-66kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg, bronze)

2024 (Paris/FRA)
William Lima (-66kg, prata)
Larissa Pimenta (-52kg, bronze)

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