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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Boxe

Atleta de Taiwan envolvida em polêmica de gênero vence semifinal, e rival faz sinal de X

Duas vezes campeã mundial, Lin Yu-ting enfrentará uma polonesa na final das Olimpíadas; derrotada, atleta da Turquia se recusou a explicar a manifestação pós-luta

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Julien Pretot Aadi Nair Joyce Zhou
Paris | Reuters

Lin Yu-ting, de Taiwan, uma das duas boxeadoras no centro de uma disputa de gênero nos Jogos Olímpicos de Paris, deu um passo mais perto do título olímpico ao vencer Esra Yildiz, da Turquia, por decisão unânime nas semifinais do peso pena feminino na quarta-feira (7).

Lin, duas vezes campeã mundial, e a boxeadora argelina Imane Khelif estiveram sob os holofotes nas Olimpíadas devido a uma polêmica de gênero que dominou as manchetes e foi tema de muitas discussões em plataformas de mídia social.

Yildiz fez um sinal de X com os dedos no final da luta, recusando-se posteriormente a comentar o motivo.

Turca Esra Yildiz Kahraman faz "x" com as mãos após perder para Lin Yu-ting, de Taiwan; derrotada, atleta da Turquia se recusou a explicar o manifesto - AFP

Aos 28 anos, Lin busca conquistar o primeiro título olímpico de Taiwan no boxe, sendo que a ilha conquistou anteriormente apenas três medalhas de bronze no esporte.

Ela enfrentará Julia Szeremeta, da Polônia, na final, no sábado (10).

"O sentimento de entrar na disputa pela medalha de ouro é de gratidão a mim mesma por ter chegado tão longe", disse Lin.

"Depois de sair na primeira rodada das Olimpíadas de Tóquio, foi uma jornada difícil chegar às finais. Vou usar tudo o que aprendi na minha vida para dar o meu melhor na próxima luta. Agradeço a todos em Taiwan por me apoiarem, mesmo tarde da noite.

Lin Yu-ting, de Taiwan, é apresentada durante luta de boxe nas Olimpíadas - REUTERS

"Obrigada a todos que me apoiaram e me incentivaram ao longo do caminho. Vou dar o meu máximo para retribuir na final."

Lin e Khelif foram desqualificadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) do Campeonato Mundial de 2023 em Nova Delhi, com o órgão afirmando em uma coletiva de imprensa caótica na segunda-feira (5) que um teste de gênero as tornou inelegíveis.

As duas boxeadoras estão competindo nas Olimpíadas depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou da IBA o status de órgão governante do esporte em 2023 e assumiu o controle da organização do boxe em Paris.

O COI rejeitou os resultados dos testes ordenados pela AIBA como arbitrários e ilegítimos, afirmando que não havia motivo para realizá-los.

Nestes Jogos, o COI está utilizando regras de elegibilidade no boxe que foram aplicadas nas Olimpíadas de 2016 e 2021 e que não incluem testes de gênero.

Lin usou seu alcance maior para manter sua oponente turca à distância, acertando vários jabs, mas Yildiz não recuou e tentou avançar.

Após perder os dois primeiros rounds, a turca se lançou com tudo no último e acertou um gancho de direita, mas foi tarde demais para mudar o rumo de um confronto unilateral.

'PRESSÃO INJUSTA'

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, escrevendo em sua página no Facebook na quarta-feira antes da luta de Lin, disse que Lin foi "atacada maliciosamente" pela AIBA.

"Não há dúvidas sobre a elegibilidade de Yu-Ting para a competição, e o COI a apoiou publicamente repetidamente", disse ele.

"Yu-Ting ainda está sob muita pressão injusta, e eu, assim como o povo de Taiwan, me sinto angustiado. Admiro muito Yu-Ting. Diante de tanta pressão, ela ainda mantém uma atitude positiva e entrou firmemente no top quatro."

A polêmica sobre Lin e Khelif eclodiu quando a oponente da argelina, Angela Carini, desistiu da luta das oitavas de final na semana passada após 46 segundos, dizendo que sentiu dor intensa e temeu por sua segurança após ser atingida por uma enxurrada de socos.

Após a desistência da italiana Carini, a fúria de gênero varreu as redes sociais, com pessoas como a autora de Harry Potter, J.K. Rowling, e o fundador da Tesla, Elon Musk, manifestando oposição às duas boxeadoras competindo nos Jogos.

Lin venceu Svetlana Kamenova Staneva nas quartas de final, com o treinador búlgaro Borislav Georgiev alegando que o apoio do COI a Lin e Khelif influenciou os juízes a concederem a vitória à boxeadora taiwanesa.

Khelif venceu sua semifinal peso meio-médio e enfrentará Yang Liu, da China, na final na sexta-feira.

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