Ana Patrícia e Duda avançam para a final do vôlei de praia

Dupla brasileira bate rivais australianas e assegura único pódio do esporte em Paris

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Paris

Com uma velocidade diferente das outras partidas que disputaram nestas Olimpíadas, Ana Patrícia e Duda bateram as australianas Mariafe Artacho del Solar e Taliqua Clancy e estão na final do vôlei de praia olímpico. A dupla busca o ouro nesta sexta-feira (9), a partir das 17h30 (de Brasília).

Na arena montada em frente à Torre Eiffel, as brasileiras fizeram 2 a 1, parciais de 20/22, 21/15 e 15/12, sem a superioridade demonstrada em todo o campeonato. Ana Patrícia e Duda lideram o ranking da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) e chegaram como favoritas a Paris.

Elas enfrentarão na final a dupla canadense Melissa/Brandie, sétima do mundo, que horas antes superou Huberli/Brunner, da Suíça, por 2 a 1.

Disputa durante confronto entre as brasileiras Ana Patrícia e Duda e as autralianas Mariafe e Clancy - Esa Alexander/Reuters

"Acho que a gente ainda está tentando se situar, entender o que aconteceu. Claro que não tem como falar que a gente não pensou nisso todo santo dia", afirmou Ana Patrícia sobre já ser medalhista olímpica. "Nossa roupinha de pódio está lá pendurada desde o primeiro dia. A gente fez questão de não usar, porque a gente falou que só ia usar quando a gente fosse para o pódio. Então chegar lá hoje, abrir a porta daquele quarto, olhar para aquela roupa e saber que a gente vai usar. Eu acho que vai cair a ficha de que conseguimos, literalmente", contou.

Além do pódio, o resultado garantiu também a primeira e única medalha do vôlei como disciplina nos Jogos. Na chave masculina de areia e nos dois torneios em quadra, o Brasil não demonstrou o antigo poderio, que tornou o país uma referência no esporte. É a primeira vez desde Sydney-2000 que nenhum time de quadra se classifica para uma final.

"Acho difícil falar que somos exceção. O Brasil fez um trabalho gigantesco todos estes anos. Os outros países também fizeram, é isso", disse Duda. "Torcemos muito por elas, mas isso é esporte", disse, em referência à seleção feminina de quadra, derrotada pelos EUA na semifinal horas antes.

Ana Patrícia e Duda retomam a escrita do vôlei de praia, que passou em branco em Tóquio-2020, apesar do histórico: contando a garantida agora em Paris, um total de 13 medalhas, 8 no feminino.

Logo depois de um pôr do sol na capital francesa, o pedaço de praia montado como cartão postal abrigou um duelo disputado ponto a ponto. As brasileiras lideraram boa parte do primeiro set, mas permitiram o empate em 18 a 18. Salvaram um set point, mas as australianas fecharam em 22 a 20. Foi o primeiro set cedido pela dupla neste campeonato. "Acontece muito no vôlei de praia. O importante é não desistir, ter a cabeça boa. A gente estudou muito para saber o que elas poderiam fazer", contou Duda.

"Duda até falou, vamos equilibrar aqui, a gente tá muito afobada, vamos tentar equilibrar porque a gente sabia o caminho do jogo, a gente só precisava conseguir colocar em prática", completou Ana Patrícia.

E elas sabiam o caminho, o segundo set mostrou, mais ofensivo. Duda fez 7 a 4, em um ponto emocionante, quando, com dificuldade, salvou uma bola difícil e ainda conseguiu colocá-la no campo adversário. As australianas pediram tempo para esfriar o jogo, mas o ritmo do campeonato das brasileiras continuou forte, com Ana Patrícia cravando bolas com certa facilidade. O Brasil fechou o set em 21 a 15.

No tie-break, a dupla australiana começou melhor. Em um ponto fundamental, porém, o Brasil virou, 5 a 4, após longo rali. O jogo ficou muito equilibrado, disputado ponto a ponto. Um erro de Clancy determinou um set point, em 14 a 12. O Brasil, com tranquilidade, fechou o set e o jogo.

"A gente vai aproveitar esse momento com a nossa comissão, nossa família. Temos uma hora e meia ainda, até meia-noite. É o nosso combinado. Aí, depois, esquece tudo e vamos pensar no Canadá", afirmou Ana Patrícia. E Duda chamou a torcida. " Aproveitem este momento, último dia, último jogo, nesta quadra linda, que não vai existir mais", disse, olhando para a Torre Eiffel.

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