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Descrição de chapéu paralimpíadas

Paris se despede dos Jogos Paralímpicos com festa eletrônica e desejo de inclusão

Resta saber se o hiato dos Jogos deixará um legado sólido em termos de sensibilização

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Helena Gibert Sanchez
Paris | AFP

Depois de 11 dias intensos de competições, Paris se despede neste domingo (8) dos Jogos Paralímpicos com uma festa eletrónica no Stade de France, despedindo-se também em grande estilo de algumas semanas de emoções desportivas que contagiaram o mundo inteiro.

Os Jogos de Paris-2024 ficarão para a história com os seus locais incríveis, como o Grand Palais ou o Estádio da Torre Eiffel, os seus feitos desportivos e os novos recordes mundiais, mas os seus organizadores também esperam que deixem um legado perene de inclusão.

Cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Paris - Reuters

Após as últimas provas e medalhas neste domingo, a cerimônia de encerramento ocorre no Stade de France, o agora icônico caldeirão em forma de balão de ar quente subirá ao céu pela última vez.

A norte da cidade, cerca de 60 mil pessoas irão desfrutar de um espetáculo musical com o tema "Paris é uma festa" e centrado no "French Touch", nome pelo qual o gênero musical originado em França na década de 1980 é conhecido internacionalmente.

O público no Stade de France também verá quase 4.400 paratletas desfilarem pela última vez, antes de Los Angeles, que sediará os Jogos de 2028, assumir oficialmente o controle.

Apesar da chuva intermitente em Paris, as delegações paralímpicas iniciaram sua própria comemoração ao chegar ao local. Enquanto os atletas franceses cumprimentavam os compatriotas, os mexicanos se divertiam colocando um de seus chapéus no 'Phryge', o popular mascote dos Jogos.

Os Jogos de Referência

O país anfitrião somou o sucesso organizacional ao sucesso desportivo, tanto nos Jogos Olímpicos —um século depois de ter sediado o evento pela última vez— como nas suas primeiras Paralimpíadas, em que o público respondeu e preencheu em grande número a medida os locais das provas, conferindo um clima festivo elogiado pelos atletas.

Paris-2024 "serão os Jogos (Paralímpicos) de referência, em todos os aspectos", declarou neste domingo o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons, que destacou que o evento foi "mais competitivo do que nunca."

Do ponto de vista mediático, 165 cadeias de televisão de todo o mundo acompanharam o evento, um recorde, bem como o recorde de delegações participantes, com um total de 168, e o número de mulheres concorrentes, com quase 2.000 (1.983). Praticamente o dobro dos que participaram de Sydney-2000 (988).

O recorde que não será batido será o número de bilhetes vendidos: em Londres-2012 foram vendidos 2,7 milhões, um pouco mais que em Paris (pouco mais de 2,5 milhões, segundo a organização), embora o ambiente nos diferentes locais tem sido festivo, substituindo os Jogos Olímpicos.

"É a multidão mais incrível para a qual já nadei", disse a lenda americana Jessica Long, que tem 18 títulos paralímpicos em seu currículo, no sábado (7).

"Para todos os participantes, atletas, staff e observadores estrangeiros, estes são os maiores Jogos Paralímpicos da história", comemorou Michael Jeremiasz, campeão de paratênis e chefe de missão da delegação francesa.

Não é apenas um interlúdio

Em Paris-2024, a China confirmou como a grande dominadora do esporte paralímpico. O gigante asiático, que desde Atenas 2004 acabou sempre liderando o quadro de medalhas, fechou com 94 ouros, 76 pratas e 50 bronzes, totalizando 220 medalhas.

O Reino Unido seguiu com 124 medalhas (49-44-31), e os Estados Unidos com 105 (36-42-27).

Nestas quase duas semanas brilharam também vários grandes campeões internacionais, como o chinês Yuyan Jiang e o bielorrusso Ihar Boki na paranatação, os dois atletas de maior sucesso em Paris, com sete e cinco medalhas de ouro respetivamente.

Resta saber se o hiato dos Jogos deixará um legado sólido em termos de sensibilização para os direitos das pessoas com deficiência, seja em termos de acessibilidade, acesso ao emprego ou prática desportiva.

"Não podemos retroceder", declarou Michael Jeremiasz. "Devemos garantir que este não seja apenas um interlúdio de sonho", pois "seria mais sério do que se não tivéssemos organizado os Jogos".

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