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Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Médicos explicam digestão e dizem se é perigoso engolir chiclete

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São Paulo

Tem coisas que a gente faz tão automaticamente que nem se dá conta do tanto de trabalho envolvido nelas. Comer, por exemplo —tirando quando é algo muito gostoso, o normal nesse momento é não prestar muita atenção, mastigar, engolir, e esquecer para sempre do assunto.

Mas saber mais a respeito de como a coisa toda acontece, desde quando o alimento entra na boca, até quando ele sai em forma de cocô, não é legal só pela curiosidade. Quando a gente conhece melhor o funcionamento do corpo, pode cuidar ainda melhor dele.

Neste sábado (29), é celebrado o Dia Mundial da Saúde Digestiva. É uma data criada pelos médicos para lembrar todo mundo da importância de prevenir doenças do sistema digestório. Sistema digestório é o conjunto de órgãos envolvidos na digestão —mas, afinal, o que é digestão?

Hambúrguer se prepara para viajar pelo sistema digestório; o que será que vai acontecer com ele? - Catarina Pignato

“A natureza monta os alimentos, a gente come e desmonta esses alimentos. Isso é digestão”, responde Diego Adão, cirurgião do aparelho digestivo da Unifesp.

“Os alimentos nos dão pecinhas, tijolinhos e energia novos. Nós somos formados por pedacinhos de alimentos, e por isso é importante escolher alimentos bons.”

Diego explica que a digestão é feita em cinco partes. A primeira acontece antes mesmo de a comida entrar na boca. “Nosso corpo se prepara para receber aquele alimento. A gente olha pra ele, vê as cores, sente o cheiro. A boca se enche de saliva, vai dando aquela sensação de fome”, diz.

Na segunda etapa, a língua sente o gosto, e isso ativa o cérebro, que manda o intestino se preparar para trabalhar.

“É nessa hora que a gente mastiga, uma parte importantíssima da digestão. Nosso intestino não tem dentinhos, e, diferentemente de outros animais, a gente não tem dois estômagos nem uma moela, que funciona como um triturador”, compara.

Por isso, é importante lembrar de comer devagar, e de partir tudo em pedacinhos bem pequenos.

Na terceira parte da digestão, os intestinos finalmente entram em ação. Depois da digestão mecânica, agora tudo vai passar por uma digestão química, com vários líquidos produzidos por órgãos.

A absorção das coisas boas que as comidas oferecem acontece na quarta etapa. Tudo já está na forma de moléculas que caem no sangue. Na última parte, é hora da excreção, que é quando tudo que não foi aproveitado sai em forma de cocô e xixi.

Essa história de sermos formados por pedacinhos do que comemos explica muito da preocupação das famílias, que querem que as crianças escolham mais alimentos saudáveis, e menos produtos industrializados.

Qual mãe, pai ou avó vai querer ter em casa alguém formado por pedacinhos de salgadinho, bala e chocolate, quando pode ter um netinho feito de frutas, legumes e verduras?

Aliás, você já deve ter ouvido falar que 80% do corpo humano é composto de água. Ela é fundamental para o funcionamento de várias das nossas partes. Por isso, entre as “pecinhas” que todos precisam ingerir, estão aquelas feitas de água fresca e limpa.

E será que dá para trocar alguns destes copos d’água por copos de suco ou refrigerante? Diego responde: “Suco pode, porque ele é água com fruta batida. Mas o refrigerante não é saudável. Ele só engorda e gera doenças”.

“Refrigerantes são cheios de açúcares, corantes e conservantes que fazem mal ao nosso corpo e não conseguem fazer o mesmo trabalho da água”, completa Ana Cristina Soares, gastroenterologista pediátrica do Hospital Sabará.

Os refrigerantes também podem encher o sistema digestivo de gás —é disso que são feitas as bolinhas deles. E todo gás que entra no organismo tem que sair. Sabe como? Na forma de arroto ou pum.

Mesmo quem não toma refrigerante tem gás no estômago e no intestino. Diego ensina que a gente engole muito ar enquanto come, e que, quando um alimento está sendo digerido pelas bactérias que moram no intestino, também há gás liberado neste processo.

Por falar em assuntos quase nojentos, é interessante descobrir por que a gente vomita. Ana Cristina explica que pode ser por vários motivos: quando estamos doentes, quando comemos alimentos estragados ou sentimos um cheiro ruim, quando giramos muito rápido, ou mesmo quando estamos preocupados.

“As células do estômago reconhecem que há um problema e forçam a volta do alimento pela boca. Vomitar é chato porque gera muito mal-estar, e porque o alimento só é gostoso antes de ser digerido —depois, ele fica com cheiro ruim e azedo”, diz Diego.

E, já que os médicos toparam explicar tanta coisa importante, aproveitamos para perguntar sobre ordens que os adultos dão às crianças sobre digestão, mas que ninguém sabe se são apenas mitos.

“Não tem problema entrar na piscina ou tomar banho depois de comer”, começa Diego.

“O que não pode é fazer esforço físico. Quando a gente come, o intestino precisa receber muito sangue. E ao correr, pular ou nadar, a gente pega o sangue e leva para o músculo. Isso pode fazer com que a gente tenha má digestão, vomite ou passe mal.”

E engolir chiclete: será que dá ruim? “Engolir um, sem querer, tudo bem. Uma parte vai ser digerida e absorvida, e a parte da borrachinha vai sair no cocô. O que não pode é engolir um monte de chiclete de uma vez, porque aí pode entupir o intestino”, diz.

O pedacinho de papel que fica na bala também pode descer sem querer pela garganta, e nada de mais vai acontecer —ele vai sair intacto depois.

Por fim, é verdade que roer unhas causa uma doença chamada apendicite? “Não”, responde Diego. Mas, mesmo assim, ele diz que é um hábito ruim. Não só porque leva bactérias para a boca, mas também por outra razão: “Deixa a mão muito feia”, considera.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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