'Os Parças 2' é tentativa de reviver 'Os Trapalhões', mas tem seus méritos
A julgar pelo sucesso do anterior, essa nova turma sabe falar para a nova geração, e isso não é pouco
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“Os Parças” foi o filme nacional mais visto em 2017, atingindo cerca de 1,6 milhão de telespectadores. Natural, portanto, que dois anos depois chegue a continuação dessa turma muito louca, que vai colocar de pernas para o ar uma colônia de férias.
Nem o nome da gangue esconde a inspiração: estamos diante de uma tentativa de ressurreição de "Os Trapalhões", um fenômeno televisivo e cinematográfico que teve cinco filmes com mais de 5 milhões de espectadores nos anos 1970 e 1980.
Tom Cavalcante é o novo Didi, chefe da turma abobalhada, inclusive flertando com a mocinha, assim como o trapalhão fazia. Bruno de Luca é Dedé, o mais racional dos quatro. E Tirulipa (filho de Tiririca) e Whindersson Nunes (rei do YouTube) são dois Zacarias, uma vez que não parece haver um Mussum com seu genial vocabulário nessa formação.
O roteiro não faz sentido algum. Os parças começam azucrinando os hóspedes de um hotel onde estão hospedados e temem a saída do vilão China da cadeia. Sabe-se lá por que fogem para uma colônia de férias caindo aos pedaços e resolvem recuperá-la para ganhar dinheiro e fugir para mais longe ainda.
Chega uma excursão de férias e entra em cena o elenco teen, mais comum em filmes da Xuxa, na virada para os 1990, quando os Trapas já estavam em certa decadência. Há uma colônia vizinha, com mais adolescentes, e uma rixa logo se instaura.
A classificação indicativa é não recomendada para menores de 12 anos, o que afunila demais o público, já que ninguém com mais de 13 anos deve aguentar essa obra. Mas isso não foi problema para o filme de 2017, que tinha a mesma restrição.
As piadas são uma evolução daquelas dos anos 1970. São mais responsáveis, há até uma bronca dada em um rapaz por fazer bullying com o gordo da turma. Mesmo assim, há um gordo na turma e ele será constantemente tema de piadas.
De resto, muita escatologia, muitas piadas com cocô, xixi, pum e pipi. É para matar de rir a criançada, não há dúvidas de que elas adoram o tema.
Seria fácil condenar Os Parças e dizer que cada era tem "Os Trapalhões" que merece, mas há mérito aqui. A julgar pelo sucesso do anterior, essa nova turma sabe falar para a nova geração. E isso não é pouco.
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