Presidente turco diz que vencedor do Nobel de Literatura é racista e critica entrega do prêmio
Escritor Peter Handke é criticado por apoio ao antigo presidente sérvio Slobodan Milosevic
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O presidente turco, Tayyip Erdogan, acusou a academia do Nobel nesta terça (10) de recompensar violações de direitos humanos ao conceder o prêmio de Literatura a Peter Handke, que é criticado por apoiar o antigo presidente sérvio Slobodan Milosevic.
A Turquia disse que fará coro a Albânia e Kosovo boicotando a cerimônia de premiação do Nobel para protestar contra a escolha da academia pelo austríaco Handke.
“Dar o prêmio Nobel de Literatura a um racista, que nega o genocídio na Bósnia e defende criminosos de guerra, no dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, não terá outro significado além de recompensar violações de direitos humanos”, disse Erdogan
A decisão da academia foi amplamente criticada. Handke, 77 anos, expressou apoio a Milosevic e falou em seu funeral em 2006 após morrer na prisão em meio a um julgamento no tribunal de crimes de guerra da ONU (Organização das Nações Unidas).
Milosevic foi acusado de crimes de guerra ligados às atrocidades e à faxina étnica cometidas por forças sérvias na Bósnia, na Croácia e no Kosovo durante as guerras dos anos 1990 desencadeadas pela desintegração da Iugoslávia.
Na sexta-feira (6), Handke desconsiderou perguntas sobre seu apoio a Milosevic. Nesta terça (10), ele recebe o prêmio equivalente a US$ 935 mil (cerca de R$ 3,8 milhões) e mais tarde comparecerá ao tradicional banquete do Nobel.
Handke é o autor de "Peças Faladas", "A Perda da Imagem: ou Através da Sierra de Gredos", "Don Juan (Narrado por Ele Mesmo)" e "Ensaio Sobre o Maníaco dos Cogumelos". Ele ainda fez uma parceria com o diretor Wim Wenders na roteirização do filme "Asas do Desejo" (1987), clássico com anjos que pairam sobre Berlim e observam a cidade e seus habitantes.
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