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Beethoven e música erudita brasileira são temas de novos livros

João Maurício Galindo escreve sobre o compositor alemão e Marcos Arakaki traça histórico do gênero

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Beethoven: As Muitas Faces de um Gênio

Avaliação: Ótimo
  • Preço: R$ 49,90 (208 págs.)
  • Autoria: João Maurício Galindo e Romain Rolland
  • Editora: Contexto

A História da Música Clássica Através da Linha do Tempo

Avaliação: Ótimo
  • Preço: R$ 139 (130 págs.)
  • Autoria: Marcos Arakaki
  • Editora: Independente


Duas publicações sobre história e apreciação da música clássica foram recentemente lançadas por regentes atuantes no cenário brasileiro, “Beethoven: As Muitas Faces de um Gênio”, de João Maurício Galindo, e “A História da Música Clássica Através da Linha do Tempo”, de Marcos Arakaki.

O livro de Galindo —conhecido especialmente por sua atuação como condutor da Orquestra Jazz Sinfônica e na bem-sucedida série didática "Aprendiz de Maestro"— segue a efeméride dos 250 anos de nascimento do músico alemão.

Ao texto do regente brasileiro se somam uma tradução de “Vida de Beethoven”, do francês Romain Rolland, publicada originalmente em 1903, e a íntegra do “Testamento de Heiligenstadt”, carta dramática aos irmãos escrita pelo próprio compositor em 1802.

Qualquer biografia antiga sobre Beethoven poderia soar redundante após os lançamentos de “Beethoven: A Música e a Vida”, de Lewis Lockwood, da editora Códez, e, sobretudo, após o definitivo “Beethoven: Angústia e Triunfo”, de Jan Swafford, lançado pela Amarllys.

O texto de Rolland é, porém, surpreendentemente bem informado, além de estar amparado por notas minuciosas.

Sua prosa com sabor de século 19 privilegia o republicanismo de Beethoven, sua força de vontade e a busca heroica pela vitória da alegria universal sobre a dor individual.

Galindo, por outro lado, ressalta a importância decisiva de Beethoven para a emancipação da música instrumental abstrata. A escrita coloquial do maestro —no tom dos programas que apresenta há muitos anos na rádio— é voltada ao público não especializado e, embora haja alguma repetição de informações no confronto com a biografia de Rolland, isso se dá apenas no capítulo inicial.

Muito mais interessantes são os ensaios sobre as influências musicais diretas de Beethoven, sobre sua produção “menor” ou mais “comercial” e, em especial, o detalhado guia de apoio para a escuta do último movimento da “Nona Sinfonia”.

Já o livro de Arakaki é, ele mesmo, um primor do artesanato editorial. Composto por lâminas coloridas ilustradas em forma de sanfona, que quando totalmente desdobradas alcançam 11 metros de comprimento, traz uma linha do tempo completa da história da música clássica, sobreposta a acontecimentos históricos, artísticos e científicos.

Assim se vê, por exemplo, o alinhamento entre o compositor renascentista Josquin des Prez e Leonardo Da Vinci. De fato, ambos trabalharam em Milão na mesma época, e é provável que tenham tido contato.

A partir do século 16, Arakaki introduz com igual detalhamento e precisão uma nova linha com o desenvolvimento da música no Brasil.

Há também a preocupação em mostrar o nascimento de instituições musicais importantes, mas essas informações acessórias predominam demasiadamente ao longo das páginas devotadas aos séculos 20 e 21, deixando um pouco de lado as mais convidativas notícias sobre estreias de obras.

Regente associado da Filarmônica de Minas Gerais, respeitado igualmente pelo trabalho com os concertos didáticos da orquestra, Arakaki parece ter relação próxima com cada nome, imagem, teatro ou livro de sua linha do tempo.

É como se, por meio desse trabalho, ele pudesse exteriorizar as conexões que persegue ao longo dos tempos entre a história da música e o vasto mundo da cultura.

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