Artista cubana Tania Bruguera é levada pela polícia após criticar governo
Depois de anunciar participação em protesto contrário a autoridades do país, a ativista ficou desaparecida por dez horas
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A artista Tania Bruguera, um dos maiores nomes da performance conhecida por ações radicais e por seu ativismo político, foi presa pela polícia cubana nesta terça-feira (30) após anunciar nas redes sociais que participaria de um protesto contrário ao governo do país.
A manifestação lembrou a morte do jovem negro Hansel Hernández Galiano por um policial e defendeu a libertação de ativistas cubanos presos recentemente. A informação foi divulgada na página do Facebook da artista.
Bruguera ficou desaparecida por dez horas após ser apreendida por autoridades cubanas no porão de seu prédio, localizado no bairro de El Vedado, em Havana.
Segundo uma carta escrita por sua irmã, Deborah, a artista foi presa pela manhã enquanto saía de casa. "Eles estão me levando", diz a mensagem que Deborah recebeu da irmã minutos após conversar com ela por telefone.
"Não se sabe qual autoridade a deteve. Não há causas legais para sua detenção arbitrária. Isso é um sequestro", afirma Deborah. "Vários artistas, ativistas e cidadãos deram testemunho nas redes sociais de perseguição, vigilância e ameaças que receberam de autoridades do Estado desde ontem [29 de junho] para impedir que participassem da manifestação convocada para hoje [30]."
Em 27 de junho, o governo cubano reconheceu que o assassinato do jovem negro Hansel Ernesto Hernández Galiano foi ocasionado por policiais, o que aumentou a repercussão do caso nas redes sociais. Após o ocorrido, foi convocada um manifestação contrária à polícia e ao governo. Bruguera havia anunciado sua participação.
"Ela [Tania Bruguera] decidiu não falar durante todo esse tempo. Nós presumimos que alguém que fala o tempo todo ou protesta o tempo todo, pode —diante da ausência de comunicação oferecida pelos repressores— permanecer calada", diz a publicação na página da artista que anuncia quando ela foi encontrada e libertada.
Essa não foi a primeira vez que Bruguera foi detida pela polícia. Além de artista, ela é ativista e crítica ao governo cubano.
Bruguera também foi um dos temas da exposição “Somos Muit+s: Experimentos sobre Coletividade”, ocorrida no ano passado, na Pinacoteca, em São Paulo. A mostra reuniu obras de arte que propõem a prática artística como um exercício coletivo.
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