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Saiba quais bens culturais estão em risco em Ouro Preto, onde casarão desabou

Prefeitura afirma que monitora patrimônio histórico e age com escoramento nas estruturas

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Belo Horizonte

Após um casarão histórico ter sido destruído nesta quinta (13) por um deslizamento na cidade de Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, a prefeitura afirma que vem realizando escoramentos e cobrindo com lonas os bens culturais que há décadas estão em risco.

"Foi realizado o ​lonamento da Igreja Matriz de São Bartolomeu e estão em fase de realização os escoramentos do telhado e edificação do Casarão João Veloso, do Casarão do Vira Saia, do chafariz da Igreja do Bom Jesus de Matozinhos e de um imóvel localizado em núcleo tombado, na rua Santa Efigênia", afirma a secretária de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Margareth Monteiro, elencando o patrimônio histórico em risco na cidade.

A Igreja Matriz de São Bartolomeu, em Ouro Preto - Wikimedia Commons

"Ao assumirmos a gestão atual, fizemos um levantamento desses bens e estamos realizando intervenções emergenciais para sua proteção", diz.

Segundo a Defesa Civil, não há demandas emergenciais de escoramento de bens culturais envolvendo o deslizamento de hoje. "Não apareceu essa demanda aqui para nós de prédios e igrejas históricas que estejam necessitando de escoramento, não chegou essa demanda —ainda", diz Charles Murta, geólogo da Defesa Civil de Ouro Preto.

A Defesa Civil do município afirma ainda que a tragédia não deixou vítimas.

Casarão do Vira Saia, em Ouro Preto - Reprodução/Google Street VIew

O Ministério Público Federal pediu uma investigação das causas do desabamento dos imóveis históricos. O MPF solicitou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, que o órgão apresente suas conclusões sobre os danos culturais, que identifique se há outros imóveis em situação de risco no local e que apresente medidas para preservação dos bens culturais.

O MPF também pediu que a prefeitura de Ouro Preto esclareça as razões para o desabamento. O acidente ocorreu no morro da Forca, no centro histórico de Ouro Preto. Segundo Neri Moutinho, coordenador da Defesa Civil de Ouro Preto, o casarão pertence à prefeitura e estava interditado havia dez anos.

Além do casarão, foi destruído um depósito que também estava fechado e interditado. De acordo com a Defesa Civil, as edificações são tombadas pelo Iphan. Os demais imóveis ao redor também estavam vazios.

As chuvas que atingem Minas Gerais neste início de ano resultaram em mortes, destruição e transtornos no estado. Rios transbordaram, moradores deixaram suas casas devido a alagamentos ou ao risco de rompimento de barragens, e a circulação de veículos em rodovias foi afetada em mais de cem pontos. As empresas Vale, CSN e Usiminas paralisaram suas operações.

Com as tempestades, 374 municípios mineiros estão em situação de emergência —Ouro Preto é um deles.

Neste mês, a maior concentração de chuva foi registrada na região metropolitana de Belo Horizonte e nas regiões central e oeste de Minas. Em dezembro, as fortes chuvas causaram estragos no vale do Jequitinhonha e na região norte do estado, bem como no sul da Bahia.

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