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'Veja por Mim' não sabe fazer suspense em trama covarde com garota cega

Atriz carece de empatia e diretor pouco habilidoso só recicla gênero que tem vários exemplares melhores

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Veja por Mim

Avaliação: Ruim
  • Onde: Em cartaz nos cinemas
  • Classificação: 14 anos
  • Elenco: Skyler Davenport, Jessica Parker Kennedy, Kim Coates
  • Produção: Canadá, 2021
  • Direção: Randall Okita

Filmes com personagens com deficiência visual estão na moda, dado o sucesso de "O Homem nas Trevas", de 2016, e sua sequência, lançada no ano passado. Neles, Stephen Lang faz um homem que não vê que sua casa é invadida por ladrões, na primeira obra, e sequestradores, na segunda.

Agora estreia no Brasil "Veja por Mim", que aborda mais ou menos a mesma temática. Sophie é uma adolescente que sofre de uma doença rara que a cegou recentemente. Ansiosa para se virar sem depender de ninguém, a mocinha começa a arrumar trabalhos para preencher o tempo, como ir cuidar de um gato numa mansão afastada durante a viagem da proprietária.

Skyler Davenport em cena do filme 'Veja Por Mim' - Divulgação/Paris Filme

Para transitar por lugares desconhecidos, ela tem um segredinho. Faz uma ligação de vídeo para seu melhor amigo, que conta o que vê pela câmera do celular de Sophie. Ela também passa a usar um aplicativo para deficientes visuais que faz exatamente a mesma coisa, ou seja, ao apontar seu telefone para a frente, uma pessoa do outro lado da linha a ajuda a se movimentar.

Agora só falta aproveitar a mansão, talvez tomando um vinho roubado da adega. Mas a vida de Sophie não será fácil assim. Homens espionam a casa. Depois, a invadem. Vão até o cofre e tentam arrombar a porta.

É até covardia inventarem uma história dessas. Pôr uma garota cega sozinha à mercê de três ladrões, potencialmente cruéis? Pois é. "Veja por Mim" não tem um pingo de novidade. Para piorar, o diretor Randall Okita não sabe fazer suspense.

Essa sinopse, aliás, é exatamente a mesma do clássico "Um Clarão nas Trevas", de 1967, no qual ninguém menos do que Audrey Hepburn faz a garota cega que tem a casa invadida por um trio de bandidos. Naquela obra, eles procuravam por heroína. Neste aqui, é só dinheiro mesmo.

Só que "Um Clarão nas Trevas", de Terence Young, é uma aula de suspense. Jonathan Demme revisitou o gênero "garota cega" de forma magistral no final de "O Silêncio dos Inocentes", quando pôs a agente Clarice Starling —vivida por Jodie Foster— no escuro enquanto seu algoz Buffalo Bill dançava ao seu redor com óculos de visão noturna.

Randall Okita não chega nem perto dessas caras, mas ainda há algo pior neste filme –o carisma da atriz Skyler Davenport, que faz Sophie. Sua personagem é extremamente antipática e o espectador acaba sentindo muito pouca empatia pela moça.

Vale dizer que a atriz Skyler Davenport, de 30 anos, ficou cega há dez anos, também devido a uma doença rara. É o mesmo caso de "No Ritmo do Coração", que ganhou o Oscar de melhor filme neste ano, e apresenta uma família surda sendo interpretada por atores surdos. Mas, no caso de Davenport, sua condição não parece auxiliar muito a obra final.

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