Milton Nascimento me ensinou o que há de melhor na música, diz Djavan
Cantor chega aos 80 anos nesta quarta-feira (26) celebrado como um dos panteões da música popular brasileira
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Num período da minha adolescência quando eu vivia com os olhos no jazz, nos Beatles e na bossa nova, descobri Milton Nascimento. Que música era aquela? Que voz era aquela? E ele era preto como eu, como quase todos do jazz, e não fazia jazz! Ou era jazz o que ele fazia? Pelo tanto de surpresa que a música dele traz, parecia!
Logo, "Travessia" passou a ocupar lugar de destaque entre meus discos favoritos: harmonia nova, melodia nova, uma atmosfera cinematográfica e teatral. Eu vivenciaria todas aquelas estórias mesmo sem letra. Olha que riqueza musical, a minha adolescência! Além de tudo que eu já tinha: Luiz Gonzaga, Caymmi, João Gilberto, a África, a Espanha. Agora, tinha Milton.
Aprendi muito nesta época. Aprendi a ouvir. Era o que eu fazia. A musicalidade de Milton sempre me surpreendeu. Não era a lógica musical que eu conhecia.
Àquela altura já ouvira muita coisa, mas bastava aquele disco para ver que aquilo não tinha uma origem conhecida. E sua voz fazia aquela música mais original. Eu não imaginava ninguém cantando o seu repertório.
Milton é único. Dono de uma obra magnífica à disposição de quem quiser aprender o melhor da música. Parabéns, meu amigo.
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