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Gal Costa

Gal Costa cantou como ninguém as músicas de Roberto, Chico e Caetano

Artista fez as versões definitivas de clássicos como 'Força Estranha' e 'Folhetim' e até firmou parcerias com jovens estrelas

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São Paulo

Lembra aquela música da Gal, "Azul"? Pois então, é do Djavan. Lembra de "Força Estranha" também, né? É do Roberto, que a ganhou de Caetano. Sim, Roberto Carlos e Caetano Veloso.

Gal Costa tinha o dom de pegar as músicas de todo mundo para si. Não por empáfia ou arrogância, mas porque simplesmente ela tinha a capacidade de interpretar cada canção como se fosse feita exclusivamente para ela. Como se sua voz não deixasse espaço nem para a lembrança de outras excelentes gravações.

Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso - Instagram/galcosta

"Festa do Interior"? Quantos se lembram que ela é originalmente de Moraes Moreira, numa feliz parceria com Abel Silva. O Brasil que cantava com ela em cada show que fez do seu álbum "Fantasia", em meados dos anos 1980, nem se preocupava com isso.

Gal, sim. Generosa em agradecer os parceiros, ela sabia que ao escolher uma música para seu repertório seu autor ou autora se sentiria agraciado. Além de ter a certeza de que a canção se transformaria num sucesso.

Gal pegou uma das mais belas canções de Dorival Caymmi, "Só Louco", e, cantando na abertura de uma novela de 1976 —"O Casarão"— também fez dela um carro-chefe da sua carreira. Essa era sua sina, que era também um trabalho de amor.

"Baby"? De Caetano. Assim, como "Sorte". De Roberto, ainda no começo da carreira, emprestou "Sua Estupidez". "Folhetim"? Obrigado Chico Buarque! "Paula e Bebeto"? Lembra que é de Milton Nascimento, né?

Novamente, nenhuma dessas gravações diminui o poder dos originais. São apenas evidências de que, uma vez tocadas pelas cordas vocais de Gal, elas ganhariam uma versão inesquecível. Talvez definitiva.

A generosidade da cantora se multiplicava em outras parcerias, sobretudo as mais recentes, com as novas gerações. No passado, fora a simbiose perfeita com Caetano, ela emplacou com Tim Maia, em 1985, um dueto impecável: "Dia de Domingo", do álbum "Bem Bom".

Sempre gostou de cantar acompanhada. Tanto que, para um de seus últimos projetos, "Gal 75", de 2020, chamou de Criolo a Silva, de Antônio Zambujo a Rubel. E, num gesto inspirador, chamou Marília Mendonça para (quem diria?) uma espécie de despedida.

Em todas essas colaborações, um tom maior. Não se tratava nunca de se apropriar, uma vez que uma canção perfeita quase não tem dono, mas de cristalizar na sua voz algo que ficaria para sempre gravado na nossa memória.

Ecos que se repetem em rimas tão improváveis quanto piscina, margarina, Carolina e gasolina. E contigo, Gal, vai tudo em paz.

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