Siga a folha

Diretor iraniano em Cannes descartou seus eletrônicos para fugir pelas montanhas

Mohammad Rasoulof, condenado a oito anos de prisão pelo regime do país, diz que sua evasão foi exaustiva e perigosa

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O diretor iraniano Mohammad Rasoulof contou ao jornal The Guardian como foi sua fuga do Irã após ter sido condenado a oito anos de prisão por seu filme mais recente, "The Seed of the Sacred Fig", ou a semente do figo sagrado, que concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França.

O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof no Festival de Cannes, em 2017 - Alberto Pizzoli/AFP

Rasoulof foi condenado pelas autoridades iranianas há uma semana por fazer seu filme sem obter uma licença. O longa, que conta a história de um juiz que luta contra a sua própria paranoia em meio à agitação política em Teerã, marca a filmografia do diretor por mudar seu foco do sistema social do Irã em geral para os indivíduos que perpetuam a repressão.

O diretor escapou à prisão iminente no Irã descartando todos os seus eletrônicos e atravessando uma fronteira montanhosa a pé. "Foi uma caminhada extremamente exaustiva e perigosa, que durou muitas horas", contou Rasolouf ao The Guardian.

O diretor está atualmente refugiado na Alemanha e, apesar de estar sem seu passaporte, que foi confiscado pelo governo iraniano, está em contato com as autoridades francesas para poder ir à cerimônia em Cannes na semana que vem.

O cineasta independente, que já foi premiado outras vezes em Cannes e em outros festivais importantes, como o Festival Internacional de Cinema de Berlim, já cumpriu pena em prisões iranianas outras duas vezes, a maioria do tempo em confinamento solitário.

Ele diz acreditar que terá de cumprir sua pena cedo ou tarde. "Escrevi muitos projetos quando estava na prisão e sempre senti que, se passar anos na prisão, não terei força nem capacidade para fazer esses filmes", disse Rasoulof. "Então, primeiro, eu tenho que fazer isso, e depois é hora de voltar e ir para a prisão."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas