Francis Ford Coppola diz em Cannes que grandes estúdios de cinema poderão acabar

Novo filme do diretor americano, que acredita que a arte deve lidar com a política, espelha o forte crescimento da ultradireita

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São Paulo

Francis Ford Coppola aproveitou uma entrevista coletiva no Festival de Cannes, na França, para criticar os estúdios de cinema. O cineasta foi ao evento com seu novo filme "Megalopolis", um dos destaques desta edição, que ele financiou do próprio bolso.

O cineasta Francis Ford Coppola no Festival de Cannes de 2024 - Valery Hache/AFP

"Temo que a indústria cinematográfica tenha se tornado mais uma questão de pessoas sendo contratadas para cumprir com suas dívidas, porque os estúdios estão muito, muito endividados", disse, em resposta a uma pergunta da revista americana Variety. "E o trabalho deles não é tanto fazer bons filmes, o trabalho é garantir que paguem suas dívidas."

O diretor acrescentou que novos estúdios, como Amazon, Apple e Microsoft, têm dinheiro, e que pode ser que os mais tradicionais não sobrevivam.

Coppola também foi questionado sobre possíveis relações entre seu filme e figuras políticas reais, como o ex-presidente americano Donald Trump.

"Homens como Donald Trump não estão no poder agora, mas existe uma corrente acontecendo no mundo que vai na direção de uma tradição de uma nova direita, ou mesmo do fascismo, o que é assustador, porque qualquer um que estava vivo durante a Segunda Guerra Mundial viu os horrores que aconteceram, e não queremos que isso se repita. Acho que é o papel do artista, dos filmes, mostrar o que está acontecendo no mundo."

O diretor brincou com Jon Voight, pai de Angelina Jolie, que atua em seu filme e é conhecido por se pronunciar em defesa de ideias conservadoras. Seu elenco, ele disse, representa todos os tipos de ideias políticas.

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