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Taxação de alumínio e aço é ruim para o mundo todo, inclusive para EUA, diz Ilan

Trump sugere no Twitter que Canadá e México podem ser isentos da sobretaxa 

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn - Sergio Lima/AFP

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São Paulo, Washington e Paris | Reuters

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (5) que a taxação pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio importados seria uma medida negativa de maneira geral, afetando inclusive os próprios norte-americanos.

"Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo, isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos", afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN.

"O que acontece é que vai ter preços mais caros, tudo vai ter uma tarifa a mais", acrescentou.

O presidente do BC avaliou, por outro lado, que os Estados Unidos podem desistir da investida diante da forte reação negativa e da ameaça de retaliação por outras nações.

Nesta manhã o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente sugeriu que o Canadá e o México poderão ser isentos das planejadas tarifas sobre as importações de aço e alumínio se os dois países assinarem um novo acordo comercial do Nafta e tomarem outras medidas.

"Temos grandes déficits comerciais com o México e o Canadá. O Nafta, que está sob renegociação no momento, tem sido um mau acordo para os EUA. Deslocamento massivo de empresas e empregos. As tarifas sobre aço e alumínio só serão excluídas se o acordo novo e justo do Nafta for assinado", escreveu Trump no Twitter.

"Além disso, o Canadá deve tratar os nossos agricultores muito melhor. Altamente restritivo. O México deve fazer muito mais para impedir que as drogas entrem nos EUA. Eles não fizeram o que precisa ser feito. Millhões de pessoas viciadas e morrendo", acrescentou.

Na semana passada, Trump afirmou que os EUA aplicariam uma taxa de 25% sobre o aço importado e de 10% sobre o alumínio para proteger os produtores nacionais, anúncio que chocou parceiros comerciais, alarmou líderes da indústria e deteriorou os mercados acionários.

No Brasil, o Ministério da Indústria e Comércio Exterior publicou nota apontando que o país deverá recorrer se a decisão de Trump for confirmada.

"O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses no caso concreto" dos produtos brasileiros serem incluídos na medida de proteção comercial norte-americana, afirmou o ministério em nota.

UNIÃO EUROPEIA

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse  que União Europeia deve agir com urgência na Organização Mundial de Comércio se os Estados Unidos seguirem em frente com a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, disse nesta segunda-feira.  

Falando após uma reunião com o primeiro-ministro do Quebec, Philippe Couillard, Macron afirmou que as medidas planejadas consistiam em "nacionalismo econômico" e nacionalismo era uma guerra em que todos os lados perdem.

"É importante nesse contexto que a União Europeia reaja de forma rápida e proporcionalmente dentro da OMC e em respeito à OMC", disse Macron a jornalistas.

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