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Elon Musk rejeita perguntas 'tediosas e estúpidas', e ações da Tesla caem

Ações da Tesla caíram 5,6%, depois do confronto entre Musk e analistas

Presidente-executivo e fundador da Tesla, Elon Musk - Joe Skipper-22.mar.2018/Reuters

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Matt Phillips
The New York Times

Os investidores pareciam estar aceitando com tranquilidade mais um trimestre de pesados prejuízos para a Tesla. Pelo menos até que o presidente-executivo da empresa, Elon Musk, abrisse a boca.

A conflituosa conversa entre Musk e analistas de investimento depois que a Tesla anunciou seus resultados do primeiro trimestre, na quarta-feira, causou forte queda nas ações da montadora de carros elétricos. E a queda continuou depois da abertura do pregão na quinta-feira.

Na quinta-feira, as ações da Tesla caíram 5,6%, depois do confronto entre Musk e analistas que queriam informações sobre os problemas de produção continuados da empresa e sua queima acelerada de caixa.

Em dado momento, Musk chegou a dizer a um analista que "não temos interesse em satisfazer os desejos dos day traders [operadores de curtíssimo prazo]. Eles não me interessam. Que vendam nossas ações e não as comprem mais".

Os acionistas estavam ouvindo. A onda de venda de ações da empresa ganhou força, em operações posteriores ao fechamento do pregão na quarta-feira, depois da conversa entre Musk e os analistas, que começou às 17h30min, no horário da costa leste americana [18h30min no horário de Brasília]. E o volume de vendas disparou, com as ações ainda em queda, depois da abertura do pregão na quinta-feira.

As conferências telefônicas com analistas que acontecem depois dos anúncios de resultados por empresas de capital aberto tendem a ser ocasiões cordiais nas quais os analistas interrogam gentilmente os executivos em busca de detalhes que possam usar para ajustar, para mais ou para menos, suas estimativas sobre o lucro e a receita nos próximos trimestres.

Mas a conferência da Tesla na quarta-feira foi muito mais explosiva. Musk interrompeu um analista que estava perguntando sobre a necessidade de a empresa levantar dinheiro adicional com investidores.

"Qual seria exatamente a posição de vocês em termos de capital requerido?", perguntou Toni Sacconaghi, analista que cobre a Tesla para a corretora de valores Sanford C. Bernstein.

"Desculpe-me", respondeu Musk, de acordo com uma transcrição da conversa pela agência de notícias Bloomberg. "Próxima pergunta. Perguntas tediosas e estúpidas não são bacanas. Próxima".

Outro analista tentou perguntar sobre o número de encomendas do Tesla Model 3, o modelo da montadora dirigido ao mercado de massa e visto como crucial para seu futuro. "Melhor você procurar no YouTube", Musk respondeu. "Desculpe. Essas perguntas são monótonas demais. Estão me matando, aqui".

Nos últimos cinco anos, houve momentos em que a Tesla era uma das ações mais quentes do mercado, e ela se tornou parte comum das carteiras de investidores individuais e entusiastas da tecnologia, bem como de investidores institucionais entusiasmados com as perspectivas da empresa em longo prazo.

Do começo de 2013 para cá, suas ações mostram alta de mais de 700%, apequenando o avanço médio de 80% na cotação das ações que compõem o índice Standard & Poor's 500. No entanto, depois de chegarem a uma cotação recorde em setembro de 2017, as ações da empresa registram queda de mais de 20%.
 
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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