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Investidores apostam que BC dos EUA suspenderá alta de juros

Apostas representam uma virada dramática no sentimento do mercado

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Daniel Kruger
Nova York | The Wall Street Journal

Os investidores estão apostando que as taxas de juros dos Estados Unidos encerrarão 2019 no mesmo patamar em que começaram o ano, um sinal de que a confiança quanto à economia enfraqueceu.

Os contratos futuros de fundos do Fed, que investidores usam para apostar na direção em que a política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, se movimentará, mostravam na manhã desta quarta-feira (2) uma probabilidade de 87% de que as autoridades monetárias fechem o ano com as taxas de juros em seu nível atual ou abaixo dele.

Essas apostas representam uma virada dramática no sentimento do mercado. No começo de novembro, os preços dos contratos futuros indicavam probabilidade de 90% de que as taxas de juros fechassem 2019 em patamar mais alto do que começariam o ano.

De lá para cá, a volatilidade cresceu nos mercados de ações, e os investidores estão cada vez mais preocupados quanto às perspectivas de crescimento mundial e o ritmo de aperto monetário do Fed.

O rendimento sobre o título de dez anos do Tesouro americano, que serve como referência para diversas coisas, de hipotecas a empréstimos comerciais, recuou para menos de 3%, depois de atingir sua marca mais alta em diversos anos, em novembro.

A virada no sentimento dos investidores aconteceu mesmo que os dados continuem a sugerir que a economia dos Estados Unidos vem crescendo em ritmo robusto, com o desemprego perto de sua marca mais baixa em 50 anos e alta confiança da parte dos consumidores.

Isso cria uma tensão entre o banco central —que deve administrar  os juros de forma a cumprir sua dupla meta de manter preços estáveis e promover o pleno emprego— e os investidores, muitos dos quais prefeririam uma política monetária mais frouxa.

A abordagem do Fed quanto a manter a alta dos juros também atraiu a atenção do presidente Donald Trump, que criticou Jerome Powell, o presidente da instituição, depois da mais recente elevação de juros.

Trump disse que o aumento causava quedas nos mercados de ações e ameaçava desacelerar o ritmo atual de expansão da economia.

Os investidores também estão preocupados com o efeito de políticas monetárias mais duras em outros países. O Fed elevou seus juros quatro vezes no ano passado, e reduziu sua carteira de títulos, e o Banco Central Europeu (BCE) encerrou seu programa de compra de títulos no final de 2018. O Banco do Canadá e o Riksbank, banco central sueco, também elevaram os juros em 2018.

"Não é preciso que haja uma recessão para que o mercado entre em queda", disse Frances Donald, diretora de estratégia macroeconômica da administradora de ativos Manulife Asset Management. Ela disse que está recomendando títulos do Tesouro com prazo longo e rendimento prefixado, aos administradores das carteiras de sua empresa.
 
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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