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Descrição de chapéu The New York Times

Relógios vintage viram investimento para ricos

Com procura, modelos clássicos de relógios de marcas como Rolex chegam a dobrar de preço

Com procura, modelos clássicos de relógios de marcas como Rolex chegam a dobrar de preço - Greyson Korhonen/Hodinkee

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Alex Williams

Roqueiros, tecnófilos e influencers  andam mergulhando no mundo tradicional dos colecionadores de relógios, elevando os preços de modelos clássicos de marcas como Rolex, Omega e Patek Philippe. Alguns chegaram a dobrar de valor nos últimos dois anos.

Os colecionadores da nova geração encaram relógios antigos não só como uma maneira de tornar um jeans e camiseta mais elegantes, mas também como um acréscimo aos  portfólios de investimentos. 

Num mercado em que ações, títulos e imóveis parecem ter chegado a um pico instável, será que os relógios vintage são uma oportunidade de crescimento, como o bitcoin em 2017? Ou seriam um pouco como a bolha do bitcoin?

O tempo –marcado com elegância—dirá.

Embora seu investimento em relógios tenha dobrado de valor em 18 meses, o investidor particular Peter Goodwin, que também é colecionador, se preocupa com a volatilidade no mercado vintage.

“Lembra muito o investimento em ações”, afirmou. “As pessoas veem a alta das ações do Facebook e querem pegar carona. A mesma coisa anda acontecendo com os relógios da moda. A questão é: quando é que essa alta vai acabar?”

É um risco que aficionados recentes, como o administrador recém-formado Shahien Hendizadeh, de 25 anos, estão dispostos a encarar. “Comprar um bom Rolex vintage é exatamente como comprar ações da Nestlé ou Google”, disse.

Depois de perder com ações, Hendizadeh comprou um Rolex Submariner de 1982 por US$13 mil (R$ 50,7 mil). Em dois anos, ela valorizou US$10 mil (R$ 39 mil), segundo ele.

Em uma eventual recessão, relógios podem representar um bem seguro, como metais ou pedras preciosas, para investidores interessados em diversificar portfólios. Ou talvez sejam apenas mais um ativo de popularidade limitada cujo valor foi inflacionado.

Colecionadores de relógios estão por aí. A coleção do músico John Mayer é quase tão famosa quanto seu trabalho. Pesos pesados do Vale do Silício como Matt Jacobson, do Facebook, possuem relógios dignos de figurar em museus, ajudando a consolidar as peças como um elemento do estilo do mundo tecnológico.

O The Watch Fund, comandado por Dominic Khoo, acionista da casa de leilões Antiquorum, oferece a oportunidade de investir em relógios caros por preços 50% abaixo do varejo. Segundo Khoo, os compradores já tiveram retornos no mínimo superiores a 10% desde que o fundo foi criado, seis anos atrás.

A adesão de celebridades e a existência de fundos como o de Khoo dão credibilidade à ideia de que relógios finos seriam mais uma commoditie em que vale investir, como a soja ou o cobre. Mas isso faz deles um bom investimento?

O que torna um relógio valioso? Considere o engaste (disco leve de alumínio com números que circunda o mostrador de um relógio de mergulhador) de um Rolex Submariner de 1957. Nos modelos fabricados no terceiro trimestre daquele ano, o engaste foi feito com um triângulo vermelho incomum às 12h e uma tipografia diferente nos numerais.

Por ser raro, ele pode valer mais de US$30 mil (R$ 117 mil) hoje, de acordo com o vendedor de relógios Eric Wind. Anos atrás seria vendido por US$10 mil (R$ 39 mil).

Não é que um relógio vintage seja melhor que um mais novo. Na realidade, é pior.

Por isso mesmo que eles são vistos como “cool”. Possuem pátina, origem, alma. E, para uma geração de homens que valorizam o aspecto analógico chique dos relógios antigos, essa é a chave. 
 

Tradução de Clara Allain

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