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FMI avalia que Brasil deve acelerar ajuste para recuperar credibilidade econômica

Organização defendeu também a estabilização da dívida pública sobre o PIB

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Washington

O FMI (Fundo Monetário Internacional) indicou nesta quarta-feira (10) que o Brasil deveria acelerar o ritmo das medidas de ajuste fiscal e estabilizar o crescimento da dívida pública sobre o PIB do país.

Ao comentar resultados do relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta, o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vitor Gaspar, afirmou que a projeção da dívida pública no Brasil se baseia no limite constitucional de gastos públicos e que, segundo essas projeções, o número poderia alcançar quase 98% do PIB em 2024, o que compromete a credibilidade da economia do país.

"Na nossa visão, considerando as vulnerabilidades da posição fiscal do Brasil, saudaríamos um ritmo mais rápido de ajuste e saudaríamos se a dívida sobre o PIB estabilizasse mais cedo", declarou.

 Segundo Gaspar, a recompensa desses esforços seria justamente o ganho de credibilidade em sustentabilidade fiscal da economia brasileira --comprometida pelo ciclo de crises por qual passa o país desde 2015.

Vitor Gaspar, diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, durante painel do Monitor Fiscal em 2018 - Brendan Smialowski/AFP

"Ao mesmo tempo, nós vemos espaço para melhorar a política fiscal no Brasil, incluindo aumento na eficiência do gasto público e melhorias no lado tributário".

De acordo com o relatório do FMI, a adoção do teto dos gastos públicos — ainda no governo Michel Temer — e a aprovação neste ano da reforma da Previdência — considerada prioridade da gestão de Jair Bolsonaro — vão ajudar o Brasil a antecipar em um ano o retorno ao seu superávit primário, de 2023 para 2022.

O documento do FMI discute também de medidas que podem ser tomadas em nível mundial para tratar da corrupção.

 O vice-diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Paolo Mauro, afirmou que a corrupção tem implicação direta na macroeconomia dos países, que desperdiçam dinheiro público que poderia ser aplicado em investimentos.

"A gente pode perceber o custo da corrupção para o crescimento econômico de países da América Latina. Se você comparar os países que têm menos corrupção, eles não desperdiçam tanto em investimento público e claro que isso tem implicação na macroeconomia", disse Mauro.

O critério de dívida pública adotado pelo FMI é diferente daquele considerado pelo Brasil — a entidade considera os títulos públicos na carteira do Banco Central como parte da dívida pública, enquanto o Brasil não leva isso em consideração.

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