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A escravidão moderna está incorporada à infraestrutura do sul da Ásia. O chamado Cinturão dos Tijolos, região que se estende pelo Paquistão, Índia, Bangladesh e Nepal, é sustentado primordialmente por uma força de trabalho involuntária. Na Índia, 70% dos operários que trabalham nas olarias de tijolos são escravos, pelo que se acredita.
Agora, imagens obtidas por satélites podem ser usadas para revelar e estimar o tamanho desses locais, bem como de outros associados ao uso de trabalho forçado.
Averiguando imagens de sensoriamento remoto por meio de algoritmos de processamento visual, pesquisadores da Universidade de Nottingham identificaram 169 de 178 fornos de tijolos característicos, no estado indiano do Rajastão.
É um passo rumo a enumerar e mapear o sofrimento associado à escravidão moderna, definida frouxamente como "incapacidade de abandonar uma situação de exploração devido a violência, ameaças e coerção".
A OIT (Organização Internacional do Trabalho), sediada em Genebra e que nesta quinta-feira (11) inicia as comemorações dos seus cem anos, estima que mais de 40 milhões de pessoas no planeta possam estar enquadradas nessa categoria, com 15 milhões presas a casamentos forçados e 25 milhões sujeitas a trabalho forçado.
O princípio para a verificação das imagens por satélite é simples: certos setores econômicos associados ao trabalho forçado exibem traços característicos que podem ser vistos do espaço. O mais importante é que esses traços são detectáveis por meio de análise automatizada de imagens.
No caso dos fornos de tijolos, a forma oval ou circular, a chaminé central ou mesmo a presença de grandes pilhas de tijolos servem de indicação. A fumaça mostra que o forno está em operação.
Trata-se de uma aplicação inesperada, mas nobre, do sensoriamento remoto: a vigilância mundial trabalhando pela causa da liberdade individual.
Financial Times, tradução de Paulo Migliacci
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