Risco de prejudicar economia deve fazer deputado aprovar reforma, diz Eurasia
Consultoria prevê 30% de chances de a reforma não ser aprovada e projeta desidratação
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Parlamentares estão preocupados com o risco político de não aprovar uma reforma a da Previdência e isso pode apoiar a tramitação do projeto mesmo com a dificuldade de negociação do governo Bolsonaro com o Congresso.
Essa é a avaliação de Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria Eurasia.
“Estão todos assustados com o custo de oportunidade de não fazer reforma”, afirmou em evento promovido pela empresa em parceira com a B3.
O receio seria carregar a culpa pelos danos causados à economia em uma eventual não aprovação de novas regras para aposentadoria.
Atualmente a consultoria prevê 30% de chances de a reforma não ser aprovada e projeta desidratação. O mercado financeiro condiciona a recuperação econômica e a sustentabilidade das contas do país à aprovação da reforma.
O poder que o dinheiro teve na última eleição para garantir reeleição de parlamentares foi menor e, por isso, o poder das emendas parlamentares também se reduziu.
“A capacidade de ter base fiel por distribuição de recursos se reduziu independe do que Bolsonaro vai fazer”, acrescenta.
Esse foi o momento do evento em que se fez uma avaliação mais direta sobre o papel de Bolsonaro na condução das reformas.
Palestrantes prefeririam se concentrar no que vem sendo feito pela equipe econômica, em vez de falar da equipe política.
O presidente da Bolsa, Gilson Finkelsztain, afirmou torcer para que a sintonia da equipe econômica sirva de exemplo para o lado político do governo.
Ele não citou em nenhum momento o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Apoiamos a reforma da Previdência. Ao mesmo tempo torcemos que a sintonia e maturidade [da equipe econômica] consigam servir de exemplo lado político do governo”, afirmou.
A euforia com o governo Bolsonaro levou a Bolsa brasileira a bater os 100 mil pontos em março, mas desde então o índice Ibovespa oscila entre 94 mil e 97 mil pontos.
A desaceleração ocorreu após o agravamento da tensão entre governo e Congresso, que fez investidores questionaram a capacidade de articulação de Bolsonaro para apoiar reformas consideradas necessárias. A principal é a da Previdência. Enquanto isso, investidores seguem cautelosos.
“Parece que foi ontem que estávamos em campanha, mas 2019 está passando bem rápido. Acho importante reconhecer avanços principalmente da equipe econômica. Reconhecemos que o ministério da economia é incansável”, acrescentou.
O mercado financeiro segue apoiando o time comandado pelo ministro Paulo Guedes, que comanda a reforma da Previdência e também uma agenda liberal e de privatizações.
Depois, André Clark, presidente da Siemens no Brasil, teceu mais elogios à equipe econômica em sua versão expandida, incluindo infraestrutura.
“Não vi em 20 anos um jogo tão bem jogado, uma equipe tão competente com alinhamento, qualidade técnica e injeção interessante dos ex-militares atuando”, disse, sem entrar em temas políticos.
Houve ainda uma crítica indireta a Bolsonaro, do advogado Paulo Aragão, do escritório BMA Advogados.
“Aqui caberia um excelentíssimo, mas agora ficou ilegal”, disse Aragão ao iniciar sua fala, arrancando risadas da plateia.
Em um dos atos de 100 dias de governo, Bolsonaro publicou um decreto em que proibiu a saudação formal a autoridades públicas.
Aragão criticou ainda indiretamente a oposição de Bolsonaro à proximidade do governo brasileiro a países da América Latina.
“Estamos ligados a um destino comum que precisamos entender e não necessariamente aceitar”, afirmou.
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