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Contra PIB em queda, empresários pedem reação além das reformas

Empresas aguardam medidas que gerem redução da capacidade ociosa e aumento do consumo

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São Paulo

Os números desanimadores do PIB pedem uma reação imediata para além das reformas, segundo o ex-presidente da Fiesp José Ricardo Roriz Coelho, hoje à frente da Abiplast (associação da indústria de plásticos).

"Somos totalmente favoráveis às reformas propostas, mas em paralelo às negociações, vemos que as empresas estão com capacidade ociosa grande e as famílias sem poder de compra. Se as pessoas e as companhias não têm acesso a crédito, a engrenagem do consumo não gira", afirma.

Para ele, é importante que a população sinta que as coisas estão melhorando. A reforma da Previdência é necessária, "mas a corda está muito esticada, é preciso dar algum fôlego para as empresas se reaquecerem".

A média de ociosidade da indústria de plásticos, segundo ele, varia entre 30% e 35%, índices considerados altos, o que desestimula o investimento. "Os aportes são feitos quando existe alguma perspectiva de aumento de vendas, o que não ocorre agora. Uma liberação de crédito feita de maneira responsável iniciaria esse processo", afirma.

Fábrica da Unilever no interior de São Paulo - Eduardo Knapp - 02.ago.2018/Folhapress

Para José Adauto, presidente da rede Bristol, que possui 34 hotéis, a situação econômica do segmento hoteleiro piorou a partir de fevereiro e se aprofundou com o consumo em baixa e as passagens aéreas em alta.

"O setor vinha em retomada desde junho de 2018, mas estagnou. Ainda vejo o futuro com certo otimismo e mantive os investimentos. Lançaremos 11 empreendimentos nos próximos 12 meses, que foram planejados entre 2013 e 2014 e atrasados propositadamente para esperar o fim da crise."

Adauto considera que a aprovação da reforma da Previdência seria um marco importante para a retomada da economia. "Vejo com certa preocupação as rusgas [entre governo e Congresso] na negociação do texto, mas sou otimista [quanto ao avanço do projeto no Congresso]".

Mesmo com um início de ano fraco, o grupo projeta crescer 5%.

"No meu caso, estou fora da curva do mercado, em função de uma reestruturação da companhia e reposicionamento da marca", diz Sergio Bocayuva, diretor-executivo da marca de calçados Usaflex, que recentemente lançou linhas de produtos com preços 15% menores que a média do portfólio.

A companhia tem buscado expandir a rede de 234 lojas por meio de franquias e quer elevar a fatia da receita com exportação de 8% para perto dos 15%.

"A aprovação de uma reforma da Previdência que gere economia próxima dos R$ 800 bilhões trará retomada de investimentos estrangeiros. A população está insegura agora, mas voltará a consumir depois disso, ainda que em patamares menores que antes da crise", diz.

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