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O Instagram está escondendo likes: isso reduzirá a ansiedade?

Mídia social começou com testes no Canadá e expandiu experiência para outros seis países

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Mariel Padilla
The New York Times

Como seria o Instagram se as pessoas não pudessem ver o número de likes que as postagens dos usuários recebem?

Menos competitivo, menos pressionado e mais pessoal, a empresa supõe.

A plataforma de mídia social, que começou a testar essa teoria em maio no Canadá, esta semana expandiu a experiência para incluir usuários do Instagram em outros seis países. Como parte do teste, usuários da Austrália, Brasil, Irlanda, Itália, Japão e Nova Zelândia já não poderão ver a contagem de likes e de vídeos assistidos de outros usuários.

O Instagram deixou de mostrar a contagem de likes no Brasil - Loic Venance/AFP

Ainda poderão ver quem gostou do post alheio ou viu seu vídeo, mas não verão o número total. É claro que uma contagem manual continuará a ser possível, se os usuários quiserem e tiverem tempo para isso. E os responsáveis pelos posts ainda verão o total de curtidas e de visitas a eles em suas contas.

"Estamos expandindo o teste a fim de fazer uma ideia melhor de como a experiência ecoa com a comunidade mundial do Instagram", disse Seine Kim, porta-voz do Facebook, na quinta-feira (18). A empresa tomou o controle do Instagram em 2012.

A plataforma não ofereceu informações sobre os resultados dos testes no Canadá, e nem sobre a duração dos testes nos novos países. Não se sabe, igualmente, como a companhia está medindo os resultados.

No final de abril, Adam Mosseri, o presidente do Instagram, anunciou no evento anual da empresa para desenvolvedores que o teste começaria no Canadá.

"Não queremos que o Instagram pareça um lugar de competição", disse Mosseri no evento. "Queremos que as pessoas se preocupem um pouco menos sobre o número de likes que recebem e que dediquem mais tempo a se conectar com as pessoas de que gostam".

Na quarta-feira (17), Mosseri no Twitter anunciou a expansão do teste a seis outros países.

Os testes do Instagram surgem em um momento no qual as plataformas de mídia social, depois de anos de escrutínio, começam a testar seus sistemas de métrica. O YouTube mudou a maneira pela qual exibe números de assinantes em seus canais. E o Twitter já não reporta aos investidores seu número mensal de visitantes ativos.

A reação à expansão dos testes do Instagram foi contraditória. Alguns usuários, como o cantor Troye Sivan, responderam de forma positiva.

O australiano tem mais de 10 milhões de seguidores no Instagram e afirmou na quinta-feira via Twitter que estava "feliz por os jovens não basearem mais sua autoavaliação e avaliação de conteúdo em um número exibido na tela".

Rozanna Purcell, modelo irlandesa com quase 300 mil seguidores no Instagram, também recebeu positivamente a mudança.

"Recebo tantas mensagens de meninas de escola que dizem se sentir deprimidas e que elas não são boas porque suas amigas recebem mais likes do que elas", disse Purcell. "Temos coisas suficientes para servir de comparação em nossa sociedade e por isso abrir mãos dos números pode ser bom".

Mas nem todo mundo se empolga com o fim das contagens.

Adam Liaw, chefe de cozinha e escritor australiano que tem mais de 100 mil seguidores na plataforma, tuitou que via a mudança como "um grande erro", capaz até de levar à morte do Instagram.

"Acho também que essa mudança tem o objetivo de reduzir a influência dos influenciadores", ele tuitou.

"Eles estão vendo milhões e bilhões de dólares que gostariam de faturar sendo canalizados para promoções pagas que vão diretamente para usuários fora de seu ecossistema".

 The New York Times, tradução de Paulo Migliacci

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