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Presidente da Argentina se reúne com Black Rock e tenta destravar negociação da dívida

Dívida externa do país, em moratória técnica desde o fim de abril, chega a US$ 64 bilhões

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Buenos Aires

O presidente argentino, Alberto Fernández, se reúne por videoconferência nesta segunda-feira (20) à tarde com os principais credores internacionais da Argentina para tentar destravar a negociação da reestruturação da dívida externa do país, no valor de US$ 64 bilhões.

A Argentina já se encontra em "moratória técnica" desde o fim de abril, quando não pagou o vencimento de uma parcela de juros da dívida de US$ 503 milhões.

O governo, porém, recusa-se a aceitar o termo "calote" ou "moratória", uma vez que havia começado a negociar os novos termos do pagamento antes do prazo de vencimento e porque nenhum dos credores, por enquanto, foi aos tribunais para exigir o pagamento nem declarou a Argentina em moratória.

Até o momento, três grupos de credores argentinos, o ACC, o AdHoc e o Exchange anunciaram que não aceitam a nova proposta argentina. No lugar disso, afirmaram que desejam apresentar uma contra-oferta para uma negociação, embora o governo argentino tenha apresentado sua última proposta como sendo definitiva. O prazo dessa nova negociação termina em 4 de agosto.

Presidente da Argentina, Alberto Fernandez; ele tenta destravar a negociação da reestruturação da dívida externa - Esteban Collaza/AFP

Há duas semanas, o governo argentino melhorou sua oferta, que passou dos três anos de perdão de pagamentos para um. Além disso, subiu de US$ 0,44 para US$ 0,52. Ainda assim, há fundos de credores, como o Black Rock, que creem que ainda é possível melhorar a oferta.

Por parte do governo, esta seria a última alternativa, para manter a dívida —como classifica o ministro de Economia— num "nível sustentável", termo utilizado e repetido pelo governo local. As declarações do presidente Fernández ao jornal Financial Times, nos últimos dias, afirmando que "ainda não há um plano geral para a economia" no período pós-pandemia não ajudaram muito.

"Se você é um credor, até pode aceitar esticar o prazo no pagamento, mas quer saber como é que o devedor vai pagar no final das contas. E se a Argentina não sabe dizer como, se o presidente disse que não tem plano econômico para o pós-pandemia, fica um pouco difícil aceitar sua palavra", diz o economista Roberto Cachanosky.

Segundo integrantes do Ministério da Economia, o Black Rock não se satisfez com a resposta de Guzmán ao dizer que, por ordem presidencial, "não se acrescentará nenhum centavo a mais". Por conta disso, o fundo pediu a audiência direta com Fernández.

O presidente argentino tem cedido em algumas pressões dos Estados Unidos. Para obter o apoio do país à sua proposta, por exemplo, fez crítica aberta aos abusos de direitos humanos na Venezuela, mesmo que isso tenha causado um racha no interior do peronismo, vertente política que é sua base de apoio no Executivo e no Legislativo.

O encontro desta terça-feira (20) ocorrerá com promoção do Council of the Americas, e organização do embaixador Jorge Argüello.

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