Ações e CDBs são os produtos que mais cresceram em 2020
Fundos de renda fixa perderam espaço na carteira do brasileiro
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Ações e CDBs (certificados de depósito bancário) foram os instrumentos financeiros que mais cresceram em 2020, segundo dados da Anbima (associação do setor) divulgados nesta quinta-feira (4).
Com o juro baixo e incertezas com a pandemia de Covid-19, o investidor buscou ampliar a rentabilidade da carteira no mercado de ações, ao mesmo tempo em que buscou alocar a renda fixa em CDBs, que se tornaram mais atrativos que a poupança e que fundos de investimento.
A poupança, atualmente, rende, 1,4% ao ano, menos que a Selic (2% ao ano). Já os fundos, com o juro baixo, ficam ainda menos rentáveis dadas as taxas cobradas ao investidor.
O investimento de pessoas físicas, exceto os clientes private, atingiu R$ 2,2 trilhões ao fim de 2020. Destes, 42,9% estavam em poupança, 16,1% em fundos de renda fixa, 13,6% em CDBs, 6,6% em fundos multimercado e 5,7% em ações.
Ao fim de 2019, o volume financeiro era de R$ 1,9 trilhão, sendo 40% em poupança, 23,1% em fundos de renda fixa, 10% em CDBs, 6,2% em fundos multimercado e 4,3% em ações.
No segmento private, que reúne clientes do Itaú Personnalité, Banco do Brasil Estilo, Bradesco Prime e Santander Select, por exemplo, ações e CDBs também tiveram mais adesão em 2020.
De R$ 1,48 trilhão deste nicho em 2020, 31,5% estavam em fundos multimercado, 20,9% em ações e 4,3% em CDBs. Em 2019, 31,8% de R$ 1,3 trilhão estavam em fundos multimercado, 17,1% em ações e apenas 2,6% em CDBs.
Somando todas as categorias, os investimentos de pessoa física cresceram 13,4% em 2020 para R$ 3,7 trilhões, maior valor da série, iniciada em 2014.
Ao apresentar os dados, a Anbima também divulgou suas metas para 2021. A primeira delas é revisão as regras de suitability, ou seja, de acomodação de risco conforme o perfil de cada investidor.
É determinado que as instituições separem os produtos e os clientes de acordo com, no mínimo, três categorias: conservador, moderado e arrojado —muitas casas já adotam mais variações de perfis, como ultraconservador e agressivo.
Segundo a entidade, o objetivo é que as novas regras reflitam o atual cenário macroeconômico e as mudanças no comportamento dos investidores, que levam a uma tomada maior de risco na carteira.
A outra meta é dar mais transparência à remuneração dos distribuidores de produtos de investimento.
Segundo José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, o primeiro passo será deixar mais claro quais são os serviços prestados pelo distribuidor, qual o seu papel na cadeia, e se há ou não conflito de interesse.
“A taxa de administração fica muito clara no regulamento, mas quando há a distribuição deste produto por um terceiro, é importante que o investidor tenha conhecimento dessas informações, chegando na remuneração do distribuidor pela distribuição do produto”, disse Rocha Neto.
O objetivo da Anbima é colocar em vigor esta nova autorregulação ainda no primeiro semestre deste ano.
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