Confira cursos gratuitos de investimentos disponíveis na internet

Capacitações oferecem noções para quem quer começar a investir e tem pouco ou nenhum conhecimento sobre o assunto

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Matheus Oliveira
São Paulo

Aos 20 anos de idade, Caroline Humphreys começou a investir. Anos depois, com o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, Caroline teve mais tempo para começar a estudar sobre investimentos.

Hoje com 30 anos, a advogada cível e societária conta que buscou cursos gratuitos sobre investimentos para ter um roteiro sobre o que estudar.

"Eles entregavam cursos para iniciantes com vocabulário e conhecimentos amplos. Os cursos foram fundamentais para dar a base que tenho hoje", diz a advogada, que fez formações gratuitas na FGV (Fundação Getulio Vargas) e na B3.

Moça de cabelos lisos castanhos claros repartidos ao meio, com o comprimento até abaixo dos ombros, de camiseta regata preta, está sentada atrás de um laptop que foi colocado sobre a mesa. As duas mãos dela estão sobre a mesa e ela sorri. Atrás dela há uma grade baixa e uma janela e a vista é de prédios
Caroline Humphreys, que começou a poupar aos 20 anos e fez cursos gratuitos sobre investimentos - Bruno Santos/Folhapress

Há diversas capacitações sobre investimentos disponíveis na internet. Além da FGV e da B3, outras instituições disponibilizam cursos de graça para quem quer começar a investir. Confira a seguir:

Instituição Cursos Duração
FGV 20 1h a 30h
B3 198 1h a 5h
Anbima 38 1h a 5h
Banco Central 2 10h a 20h
Ibmec 1 3h
Íon Edu 27 1h a 3h
Fundação Bradesco 5 4h a 20h
XP Educação 8 1h a 5h

As capacitações oferecem noções para quem quer começar a investir e tem pouco ou nenhum conhecimento sobre o mercado financeiro.

São cerca de 300 cursos sobre renda fixa, renda variável, termos do setor e organizações ligadas a investimentos e o que levar em consideração na hora de começar a investir.

A duração do curso varia de acordo com o módulo selecionado e todas as formações são gratuitas e de forma online, o que facilita o acesso à educação financeira.

Caroline destaca que ao procurar cursos de investimentos é necessário estar atento a promessas irreais de resultados e aplicações sem riscos. A advogada aponta que alunos iniciantes buscam informações que agradam os ouvidos, mas é preciso ser racional, pois se lida com dinheiro que pode não retornar.

A superintendente de Educação da B3, Christianne Bariquelli, aconselha que aqueles que querem ter formação inicial sobre investimentos reflitam sobre qual é o objetivo que buscam, seja uma renda extra mensal, seja planejar a aposentadoria.

"É preciso fazer uma autorreflexão sobre objetivos e interesses, além de entender o que o curso oferece, se a instituição é confiável e a usabilidade da plataforma."

Nessa mesma linha, o superintendente de Educação Executiva da FGV, Luís Arruda, afirma que os interessados em aprender sobre investimentos devem entender o seu próprio perfil de investidor, pois cada investimento tem o seu próprio ritmo de retorno.

Tanto Bariquelli quanto Arruda sugerem que o estudante procure por meio do Banco Central e da B3 se a fornecedora do curso está ligada a agentes de mercado, como bancos e agências de investimentos, por exemplo. Na visão deles, é fundamental iniciar a jornada de aprendizado com uma instituição confiável.

Segundo dados da FGV, mais de 8 milhões de pessoas já concluíram suas formações desde 2008. Deste número, 56% são de baixa renda e abaixo dos 35 anos. Os principais objetivos de quem fez as formações são conquistar novas habilidades, para 57%, e recolocação no mercado de trabalho, 19%.

É o caso da hoje analista de investimentos Juliana Rocha, 23. Juliana se interessou por investimentos ao trabalhar como jovem aprendiz em uma multinacional. Com organização financeira, a jovem conseguiu juntar uma reserva e começar a investir, mas antes quis estudar para saber como aplicar.

"Eu trabalhava oito horas por dia e tirava duas horas depois do expediente para estudar. Eu me motivava por realização pessoal e financeira, principalmente por vir de uma família que não tinha muito", diz Juliana, moradora do bairro Varginha, em Parelheiros, na periferia da zona sul de São Paulo.

Analista de investimentos de um banco internacional, a jovem ressalta que o trabalho que tem hoje se deve aos cursos gratuitos que fez, certificações que obteve e sua pós-graduação em finanças.

Juliana aconselha aos interessados em investimentos criar uma rotina de estudos e se distanciar das redes sociais, "pois você se compara muito com os outros", afirma.

Christianne Bariquelli recomenda que, antes de começar a investir de fato, o estudante simule a operação e acompanhe o noticiário sobre o mercado financeiro para se assegurar do que está fazendo.

"É uma etapa importante, mas precisa de outras ferramentas para o investidor iniciante se sentir seguro", afirma.

O progresso de carreira no mercado financeiro se dá por meio de certificações. Para aqueles que buscam conhecimentos além dos oferecidos pelos cursos iniciais, os superintendentes da B3 e da FGV recomendam continuar a especialização por meio de pós-graduações, MBAs, mestrados e doutorados.

De acordo com dados da B3, havia cerca de 19 milhões de investidores no último trimestre de 2023.

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