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Empresas de aplicativos respondem às críticas de entregador

Na série E Eu?, da Folha, Galo, membro do Entregadores Antifascistas, havia apontado problemas na atuação de iFood, Uber Eats e Rappi

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São Paulo

Grupos de conversa ligados a executivos das empresas de transporte por aplicativo andaram movimentados na última semana de fevereiro.

O motivo foi o vídeo em que Paulo Roberto da Silva Lima, 31, mais conhecido como Galo, membro do grupo Entregadores Antifascistas, falou de sua experiência como entregador.

O depoimento dele faz parte da série “E Eu? - O Jornalismo Precisa me Ouvir”, um dos projetos especiais dos 100 anos da Folha.

No vídeo, Galo reclama das três principais representantes do setor de delivery, iFood, Rappi e Uber Eats.

Entre outras queixas, diz ter sido bloqueado injustamente pela Uber. Também afirma que iFood e Rappi deixaram de passar pedidos para ele depois de ter sido destaque de uma reportagem da revista Exame em que fazia críticas às empresas. “A gente chama de bloqueio branco. Eles não te bloqueiam oficialmente para não dar problema jurídico, mas você para de receber pedido.”

“O negócio dos aplicativos é a exploração [dos entregadores]”, diz Galo no vídeo.

VERSÃO COM RECURSOS DE ACESSIBILIDADE

Procuradas pela Folha, as empresas optaram por se manifestar por meio da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia). De acordo com a entidade, as empresas afiliadas já disponibilizaram mais de R$ 200 milhões em ações que alcançaram mais de 1 milhão de parceiros e continuam em vigor.

“Entre essas ações, estão programas de distribuição e reembolso de equipamentos de proteção individual como máscaras e produtos de esterilização; apoio financeiro para parceiros diagnosticados ou com suspeita de Covid-19; desconto ou gratuidade em serviços médicos e farmacêuticos; programas de reconhecimento que até duplicaram o valor das gorjetas recebidas por entregadores; centros de higienização para a limpeza gratuita de veículos e mochilas de entrega; entre outras”, diz o comunicado.

A associação afirma que as empresas disponibilizam seguro contra acidentes pessoais, gratuito e automático durante o uso dos aplicativos, cujas apólices cobrem até R$ 15 mil em despesas de saúde. “Para casos de invalidez permanente total ou parcial, ou fatalidade, a cobertura é de até R$ 100 mil”, afirma.

A Amobitec foi criada em 2018 e lançou a cartilha “7 Ações para Transformar a Mobilidade” em 2020. O trabalho dos entregadores aparece no sexto tópico, que fala em estabelecer parcerias para criar espaços de suporte para os trabalhadores e armários para entregas sem contato físico.

Embora as empresas promovam algumas campanhas, diz Galo, “algo amplo e necessário nunca rolou”. Segundo ele, “precisa existir uma regulamentação que proteja os trabalhadores por aplicativo.”

O entregador afirma não querer ingressar na carreira política e mantém a ideia de promover novos protestos. O movimento Entregadores Antifascistas apoiou as paralisações dos serviços de delivery que ocorreram em 2020.

Organizada pelo SindimotoSP (sindicato de mensageiros motociclistas, ciclistas e mototaxistas do estado), a manifestação do dia 1º de julho reuniu cerca de mil motoboys na região central de São Paulo.

O cálculo da época indicava que entre 50 mil e 70 mil entregadores por aplicativo circulavam pela cidade de São Paulo. A iFood tem 160 mil cadastrados em todo o Brasil, mas Uber Eats e Rappi não quiseram passar dados atualizados.

Em seu site, a Uber afirma ter 1 milhão de parceiros no Brasil, número que inclui também os motoristas que atendem pelo aplicativo.

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