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Grife de roupas Cavalera entra com pedido de recuperação judicial

Ação da controladora, que vinha em dificuldades desde 2018, soma R$ 33,8 milhões

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São Paulo

A marca de roupas de grife Cavalera entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (4). A ação da controladora K2 Comércio soma R$ 33,8 milhões, de acordo com documento protocolado na Segunda Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

Em dificuldades desde 2018, em decorrência da Copa do Mundo, greve dos caminhoneiros, instabilidade pelo período eleitoral e aumento de custos no setor acima da inflação, a empresa afirma no pedido que a pandemia de Covid-19 derrubou as expectativas de recuperação e causou uma forte queda nas vendas.

Ensaio do desfile da grife Cavalera na SPFW - Zanone Fraissat/Folhapress

Com redução de lojas e foco nos produtos rentáveis, a companhia conseguiu reduzir o prejuízo financeiro de R$ 36 milhões em 2018 para R$ 243 mil em 2020, mesmo com queda de cerca de 50% do faturamento no período.

O conflito societário entre Valéria Hiar e Joana Hiar, que, segundo o pedido de recuperação, dura dez anos também é apontado como uma das razões das dficuldades financeiras da grife.

Em 2010, Valéria assumiu a empresa, destituindo Joana, que teve seu posto restituído na empresa em 2019. Até julho de 2020, Joana administrou sozinha a K2 Comércio, quando se retirou do quadro societário, o que levou Valéria à direção da empresa novamente.​

Procurada, a empresa não quis comentar. ​

Criada em 1997, hoje a empresa conta com mais de 800 pontos de venda, entre lojas próprias e franqueados.

A reportagem não conseguiu contato com representantes da companhia.

“O pedido da Cavalera foi feito para se evitar cenário pior. Não tinha como evitar, a empresa deveria até ter feito antes”, afirma Felipe Lollato, sócio do escritório Lollato Lopes Rangel e Ribeiro Advogados.

Segundo Lollato, que é especialista em recuperação de empresas e já atuou em processos envolvendo empresas do setor têxtil, as confecções vêm enfrentando dificuldades e recuperações judiciais desde as crises anteriores, mas a pandemia teve um impacto muito grande nos caixas.

Segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), a indústria têxtil brasileira recuou 21% de janeiro a maio de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019. A entidade calcula uma perda de 17 mil postos de trabalho no período.

“É algo inevitável com a pandemia. O brasileiro ainda tem o hábito de ir à loja e experimentar”, diz Lollato.

Colaborou Pedro Diniz

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