Siga a folha

Descrição de chapéu CRISE ENERGÉTICA

Guedes fala em novas bandeiras de energia para evitar racionamento

Em momento de crise hídrica, sistema eleva cobranças na conta de energia

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quarta-feira (23) que a aplicação de novas bandeiras tarifárias, que elevam o custo da conta de energia elétrica, tem o objetivo de evitar um racionamento no país.

Guedes disse que “estamos vindo com bandeiras novas”, mas não detalhou se estava se referindo a eventual criação de mais um patamar de bandeira tarifária em nível mais elevado do que os existentes hoje.

Em reunião com representantes da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), o ministro afirmou que a situação hídrica gerou um choque na inflação.

“Nossa inflação deu um salto, indo a 8% em 12 meses, exatamente por causa de comida e energia. Energia, porque agora estamos vindo com bandeiras novas para evitar o racionamento lá na frente, está havendo uma racionalização no uso agora, e isso é um choque. Vai haver um choque na energia e um choque de alimentos”, afirmou.

O ministro Paulo Guedes (Economia) - Pedro Ladeira - 20.mai.21/Folhapress

De acordo com o ministro, a entrada em vigor da autonomia formal do Banco Central é uma maneira de evitar que esses choques temporários sejam transformados em aumento permanente de preços.

Segundo assessores do Ministério de Minas e Energia, porém, não está em cogitação criar um terceiro nível para a bandeira vermelha, que poderia ser acionado em casos de riscos hidrológicos como o atual. O que será feito, dizem, é uma revisão pela Aneel das tarifas das bandeiras existentes.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deverá aprovar, na próxima semana, um reajuste das bandeiras tarifárias, um valor adicional que encarece as contas de luz sempre que o custo de geração da energia sofre alta.

A tendência, segundo técnicos que participam das discussões com o governo, é a de que o conselho diretor da agência aprove um aumento que varia entre 40% e 60% das bandeiras —o que acarretará um aumento entre 15% e 20% na conta de luz.

Os números ainda estão sendo fechados pelos técnicos da agência e devem vigorar a partir de julho. A expectativa é que permaneçam nesse patamar até o final do ano.

Na bandeira verde não há adicional para cada quilowatt-hora consumido. Na amarela, esse extra é R$ 1,34 para cara 100 kWh (quilowatt-hora). Na bandeira vermelha, há dois patamares —R$ 4,16 (nível 1) e R$ 6,24 (nível 2).

Diante da mais grave crise hídrica dos últimos 91 anos, a Aneel impôs a bandeira vermelha 2 em junho.

Caso o aumento se confirme, o preço a mais do kWh passaria dos atuais R$ 6,24 para cerca de R$ 10. Esse movimento exercerá mais pressão sobre a inflação.

Na videoconferência com a Fiesp, o ministro afirmou que apesar das críticas em relação à medida que trata da privatização da Eletrobras, aprovada nesta semana, o saldo é "vastamente positivo".

"Não vamos chorar muito pela Eletrobras porque a meta de liberalização do mercado de energia continua e nós vamos chegar lá", afirmou.

Guedes ainda afirmou que patamar de equilíbrio do câmbio possivelmente está abaixo do valor atual. Nesta terça-feira, o dólar fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez em um ano. "Eu acho que vai descer bem mais à medida em que todo mundo perceber que a politica é consistente", disse.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas