AliExpress abre plataforma para vendedores brasileiros e entra na disputa com Magalu
Chinesa briga pelo comerciante online com menores comissões e serviço integrado de logística
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A AliExpress anunciou nesta segunda-feira (23) a abertura de sua plataforma para vendedores brasileiros.
Há 11 anos no país, o marketpalce do grupo Alibaba operava, até o momento, somente com serviços de vendas internacionais. Para atrair lojistas, a empresa afirma que irá cobrar comissões de 5% a 8% e ofertar um serviço integrado de logística que vai permitir frete gratuito para todo o país em compras acima de R$ 50.
Os pagamentos para os compradores brasileiros serão feitos via AliPay e Pix. Também há parceiras com a Stone e BTG.
Os chineses chegam com fôlego, com patrocínio do reality show The Masked Singer, da Globo, para entrar na disputa com o maior marketplace do país, o do Magazine Luiza. Mais do que uma disputa por cliente, a briga entre os dois é pelos "sellers", os varejistas que vão integrar o marketplace de cada uma.
Semana passada, a Magazine Luiza anunciou uma campanha de incentivo aos lojistas, com direito a maquininhas de cartão da empresa, e disse que o marketplace da companhia não é "camelódromo".
Yaman Alpata, líder de Local Marketplace na América Latina do AliExpress, diz que a empresa está atenta para a venda sem nota fiscal. "Normalmente, não comentamos falas de competidores, mas posso dizer que a AliExpress coloca importância em compliance e regulamentos do país. Nos adequamos às leis nos locais onde operamos".
Segundo Viviane Almeida, gerente comercial da AliExpress, a empresa só trabalha com vendedores com CNPJ e não aceita pessoas físicas. "Quando o vendedor faz seu registro, é analisado a idoneidade da empresa", afirma. Além de CNPJ, a chinesa também aceita MEI.
Entre os passos que o grupo deu no último ano na expansão da marca no Brasil está o investimento para reduzir o tempo de entrega de produtos. Foi criada uma frota de quatro voos semanais para reduzir a estimativa de entrega para 12 dias em São Paulo.
As entregas nacionais serão feitas pela Cainiao, empresa de logística do grupo Alibaba, que já opera no Brasil. Segundo o grupo, a Cainiao garante repasses financeiros mais rápido que a média do mercado e a possibilidade de saques diários sem custos.
A plataforma chinesa começou a abertura para operações locais em 2019, em países como Turquia e Espanha. O Brasil será o primeiro país das Américas a entrar na modalidade "local to local".
A empresa ainda não tem um centro de distribuição próprio no país mas, segundo Viviane, está nos planos a abertura nos próximos meses. Além da Cainiao, a plataforma faz entregas via Correios, com prazos entre dois e quatro dias.
"A corrida pela entrega rápida é uma questão para todos, e está nas prioridades da AliExpress melhorar este ponto", diz.
A companhia afirma que a privatização dos Correios não afeta a distribuição dos produtos no Brasil, e que busca novos parceiros para fazer a logística no país.
Concorrentes
No Magazine Luiza, os vendedores entram para o marketplace via Parceiro Magalu, e pagam 3,99% de comissão sobre as vendas. A empresa diz que é uma taxa de incentivo para a digitalização, menor do que o que o varejista pagaria em uma venda com cartão no balcão.
Já os “sellers” que não se encaixam nessas condições têm taxas que variam de acordo com o setor. Nos segmentos de moda, joalheria e relojoaria, por exemplo, o valor é de 16%. Para os demais, 12,8%.
Para se cadastrar, o vendedor deve ter um CNPJ ativo há pelo menos três meses, emitir notas fiscais eletrônicas e não vender produtos que estejam na lista de “inegociáveis” da companhia, como produtos falsificados e de origem ilícita como drogas, armas de fogo e medicamentos sem autorização.
Já um vendedor no Mercado Livre pode publicar um anúncio gratuitamente, e só paga comissões das vendas efetivadas. Podem entrar desde pessoas físicas quanto jurídicas. Os valores das comissões são estabelecidos de acordo com a categoria de cada item anunciado, que podem variar de 11% a 19%.
RAIO-X do grupo Alibaba no 2º Trimestre de 2021
- Lucro líquido atribuído aos acionistas - US$ 6,9 milhões
- Faturamento - US$ 31,865 milhões
- Funcionários - Mais de 251 mil
- Principais concorrentes - Tencent, Baidu, Meituan, Didi Chuxing, ByteDance
RAIO-X do Mercado Livre NO 2º TRIMESTRE DE 2021
- Lucro líquido - US$ 68,2 milhões
- Faturamento - US$ 7 bilhões
- Funcionários - Mais de 17 mil na América Latina, sendo 5.461 no Brasil
- Principais concorrentes - Magazine Luiza, Via, Amazon
RAIO-X do Magazine Luiza NO 2º TRIMESTRE DE 2021
- Lucro líquido - R$ 95,5 milhões
- Faturamento - R$ 43,5 bilhões
- Funcionários - 47 mil
- Principais concorrentes - Mercado Livre, Via, Amazon
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