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Grupos de direitos humanos levantaram nesta segunda-feira (25) preocupações sobre discurso de ódio no Twitter e o poder que a venda da empresa dará ao bilionário Elon Musk depois que o autoproclamado "absolutista da liberdade de expressão" acertou acordo para comprar a rede social e torná-la empresa de capital fechado.
Musk, que também é presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla, tem criticado as políticas do Twitter de moderar conteúdo na plataforma.
O bilionário, que tem cerca de 84 milhões de seguidores no Twitter, disse que a empresa precisa se tornar um fórum genuíno para a liberdade de expressão. Em um comunicado após garantir o acordo de compra da plataforma nesta segunda-feira, Musk descreveu a liberdade de expressão como "a base de uma democracia em funcionamento".
O Twitter não é apenas mais uma empresa, observaram os defensores dos direitos humanos. "Independentemente de quem controla o Twitter, a empresa tem como responsabilidade o respeito aos direitos das pessoas ao redor do mundo que confiam na plataforma. Mudanças em suas políticas, recursos e algoritmos, grandes e pequenas, podem ter impactos desproporcionais e às vezes devastadores, incluindo violência offline", disse Deborah Brown, pesquisadora de direitos digitais e defensora da Human Rights Watch, à Reuters.
"A liberdade de expressão não é um direito absoluto e é por isso que o Twitter precisa investir em esforços para manter seus usuários mais vulneráveis seguros na plataforma", acrescentou.
O Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as preocupações levantadas pelos grupos defensores dos direitos humanos.
"Embora Elon Musk seja um membro de carteirinha da ACLU e um de nossos apoiadores mais importantes, há muito perigo de ter tanto poder nas mãos de qualquer indivíduo", disse Anthony Romero, diretor executivo da ACLU (American Civil Liberties Union), à Reuters.
A Anistia Internacional disse estar preocupada com qualquer possível decisão do Twitter que possa corroer a aplicação das políticas e mecanismos projetados para moderar o discurso de ódio online.
"A última coisa que precisamos é de um Twitter que voluntariamente feche os olhos para discursos violentos e abusivos contra usuários, particularmente aqueles mais impactados desproporcionalmente, incluindo mulheres, pessoas não-binárias e outros", disse Michael Kleinman, diretor de tecnologia e direitos humanos na Anistia Internacional dos Estados Unidos.
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