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Sobe para 29 número de mortos nos temporais do Rio Grande do Sul

Há 60 pessoas desaparecidas, segundo governador Eduardo Leite (PSDB); cerca de 330 mil imóveis estão sem energia elétrica no estado e 542 mil sem abastecimento de água

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São Paulo

O Rio Grande do Sul registrou 29 mortes em decorrência às fortes chuvas que atingem o estado desde o fim da semana. A informação foi dada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na noite desta quinta-feira (2). Há um total de 60 pessoas desaparecidas, segundo ele.

De acordo com a Defesa Civil estadual, 154 municípios foram afetados pela chuva. Há 4.645 pessoas em abrigos e outras 10.242 estão desalojadas. No total, havia 71.306 afetados e 36 feridos às 19h.

"Sei que será mais do que isso, porque não estamos conseguindo acessar determinadas localidades. Infelizmente esses números vão aumentar", afirmou o governador, em pronunciamento feito na noite desta quinta.

Sinimbu, no Vale do Rio Pardo, ficou ilhada 24 horas e contabiliza relatos de destruição depois que passou a enxurrada. O município de 8578 habitantes viveu cenas de horror e ficou isolado pelos bloqueios na estrada devido à chuva incessante
Sinimbu, no Vale do Rio Pardo, ficou ilhada 24 horas e contabiliza relatos de destruição depois que passou a enxurrada. O município de 8578 habitantes viveu cenas de horror e ficou isolado pelos bloqueios na estrada devido à chuva incessante - Carlos Macedo/Folha Press

"As pessoas devem levar a sério essa situação, busquem se proteger", disse. "Estamos fazendo milhares de resgates, mas é absolutamente impossível atender a todos os resgates com as condições climáticas que estamos vivendo", disse. "O clima tem sido impiedoso."

Leite voltou a dizer que o Rio Grande do Sul deverá enfrentar o maior desastre de sua história e comparou mais uma vez as enchentes deste ano com as de setembro do ano passado, quando mais de 50 pessoas morreram no estado.

Segundo ele, ao contrário de 2023, desta vez tem demorado mais para parar de chover e baixar a água. O tucano mostrou um mapa meteorológico apontando a possibilidade de chuva até sábado (4). "Vem aí pelo menos 200 milímetros de chuva ainda na região da serra (Gaúcha) para o norte do estado", afirmou.

Boletim divulgado pelo governo no início da noite desta quinta mostrou que há cerca de 330 mil imóveis sem energia elétrica no estado, de duas concessionárias, CEEE Equatorial e RGE Sul.

A concessionária Corsan diz que cerca de 542 mil clientes estão sem abastecimento de água.

Somente a TIM afirmou que há não consegue fornecer internet e telefonia para 84 municípios. Vivo e Claro dizem que o problema atinge 48 cidades.

Todas as 2.338 escolas estaduais do Rio Grande do Sul suspenderam as aulas.

Ao todo, 494 escolas no estado foram afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, de acesso e outros).

As chuvas que atingem o estado provocam danos e alterações em estradas estaduais gaúchas. Às 18h desta quinta eram 139 trechos em 60 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.

Leite comentou a visita do presidente Lula (PT) ao estado nesta quinta-feira. "Uma reunião em uma mesa substitui milhares de ligações", afirmou.

ALERTA NO VALE DO TAQUARI

Na noite de quarta-feira (1º), o governo estadual já havia pedido aos moradores do Vale do Taquari deixarem as áreas de risco na noite desta quarta-feira (1º) e procurarem abrigos públicos ou outros locais seguros.

As cidades de Estrela e Lajeado, o nível do rio Taquari passou, pela primeira vez, a marca dos 30 metros —o nível ultrapassa as enchentes de 2023 e 1941, segundo o MetSul.

De acordo com a Defesa Civil Nacional, a previsão de enxurradas, alagamentos e inundações é muito alta nas regiões metropolitanas do estado do Rio Grande do Sul.

A orientação de evacuação abrange as seguintes cidades: Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado e Lajeado. A prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo (PP), afirmou que a previsão é que ocorra a maior enchente na história da cidade, agravada por deslizamentos que ocorrem na região. Segundo a Prefeitura de Roca Sales, o cenário é "absolutamente preocupante". Em Arroio do Meio, a previsão é que a enchente ultrapasse quatro metros da ocorrida em setembro.

"Saiam de suas casas e busquem locais seguros", pediu o governador Eduardo Leite (PSDB). "É muito importante, ainda nesta noite, que as pessoas saiam das suas casas e fiquem em segurança, porque o pior momento vai acontecer nesta madrugada", disse.

ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública no estado em edição extra do Diário Oficial publicada na noite desta quarta. O decreto estabelece que órgãos públicos prestem apoio à população nas áreas afetadas, em articulação com a Defesa Civil.

Os temporais destruíram moradias, estradas e pontes, além de comprometer o funcionamento de instituições públicas. As aulas nas escolas estaduais, por exemplo, foram suspensas nesta quinta e sexta-feira (3).

É observado um aumento significativo no volume dos rios Jacuí, Pardo, Taquari e Caí. Nos próximos dias, as regiões norte e nordeste do estado também devem começar a sofrer as consequências das chuvas. Locais com barragens estão sob alerta e os planos de atendimento em caso de emergência foram ativados.

CIDADES COM PESSOAS DESAPARECIDAS

Candelária (8)
Encantado (6)
Itaara (3)
Lajeado (5)
Passa Sete (1)
Pouso Novo (1)
Roca Sales (10)
Santa Cruz do Sul (1)
São Vendelino (2)
Sinimbu (1)
Marques de Souza (13)
Montenegro (1)
Teutônia (3)
Três Coroas (3)
Travesseiro (2)

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