Bilionário australiano rebate ordem de Elon Musk sobre trabalho presencial na Tesla
Scott Farquhar descreveu série de tuítes de Musk sobre fim ao home office como 'da década de 1950'
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Elon Musk entrou em uma briga via Twitter com o terceiro homem mais rico da Austrália, na sexta-feira (3), sobre o valor de pôr fim ao hábito de trabalhar em casa desenvolvido durante a pandemia.
Em um e-mail interno esta semana, o bilionário declarou que "todo mundo na Tesla tem a obrigação de passar um mínimo de 40 horas por semana no escritório", e que "se você não aparecer vamos presumir que se demitiu". Isso atraiu críticas de ativistas que lutam pela proteção dos trabalhadores contra a potencial exposição ao coronavírus.
Scott Farquhar, um dos fundadores da Atlassian, uma produtora australiana de software para gestão de projetos, ridicularizou a diretiva em uma série de tuítes, descrevendo-a como "algo que parece saído da década de 1950". A norma de sua empresa, que tem ações cotadas nos Estados Unidos, é a de que seus empregados podem trabalhar de qualquer lugar, e ele a descreveu como "essencial para nosso crescimento continuado".
"Estamos estabelecendo o objetivo de aumentar o quadro de trabalhadores da Atlassian para 25 mil pessoas até o ano-fiscal de 2026", concluiu Farquhar. "Algum empregado da Tesla interessado?"
Musk contra-atacou. "O conjunto de tuítes acima ilustra por que recessões servem a uma função vital de limpeza econômica".
O entrevero não é incomum para o CEO da Tesla, que usa frequentemente o Twitter para fazer pronunciamentos francos sobre questões delicadas.
No Vale do Silício, muitas empresas de tecnologia adotaram um regime misto de trabalho no escritório e remoto durante a pandemia, enquanto outras estabeleceram datas de retorno ao escritório mas postergaram a volta quando surgiram novos surtos da doença.
O homem mais rico do planeta também tem um histórico de confrontos com outros bilionários. Em 2021, ele postou uma imagem de medalha de segundo lugar em resposta a um tuíte em que Jeff Bezos celebrava o sucesso da Amazon.
Em 2017, Mike Cannon-Brookes, que fundou a Atlassian com Farquhar, cooperou com Musk, aceitando publicamente e facilitando a oferta dele para fornecer uma poderosa instalação de baterias da Tesla para o estado da Austrália do Sul depois que este sofreu um blecaute naquele ano.
Cannon-Brookes, que depois disso liderou uma campanha para a compra da companhia de energia australiana AGL Energy e para acelerar sua transição rumo à energia renovável, repostou as declarações em que Farquhar criticava a ordem de Musk sobre o retorno ao escritório.
Tradução de Paulo Migliacci
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