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Executivo do TikTok é afastado após dizer que 'não acredita' em licença-maternidade

Joshua Ma vai 'tirar uma folga' depois que denúncias foram apresentadas à empresa

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Cristina Criddle
Londres | Financial Times

O executivo do TikTok que está no centro de um confronto cultural com funcionários da empresa no Reino Unido foi substituído depois de afirmar que "não acreditava" em licença-maternidade.

Joshua Ma, executivo sênior da companhia chinesa ByteDance –proprietária do aplicativo de vídeo viral– vai "tirar uma folga" e "recuar" de seu papel de líder da equipe de comércio eletrônico no Reino Unido, segundo um email visto pelo Financial Times e enviado na quarta-feira (8).

A medida se segue a uma investigação do FT, que revelou os comentários de Ma num jantar com funcionários da equipe de comércio eletrônico do TikTok em Londres.

Logo do TikTok e da ByteDance, dona da plataforma - Dado Ruvic - 27.nov.2019/Reuters

No email para a equipe, a empresa disse que está conduzindo uma investigação sobre as denúncias.
"Como vocês devem saber, o Financial Times publicou hoje uma reportagem com algumas afirmações desanimadoras sobre nossas operações da TikTok Shop no Reino Unido", dizia o email para a equipe, sob o título "Mantendo uma cultura de trabalho positiva".

"Esperamos que essa experiência dolorosa nos torne uma equipe mais forte, mais unida e melhor em longo prazo", dizia o e-mail.

A reportagem do Financial Times, baseada no testemunho de dez funcionários atuais e ex-funcionários, revelou que o lançamento do recurso de compras ao vivo no TikTok no Reino Unido provocou um êxodo de funcionários da equipe de comércio eletrônico em Londres. Alguns funcionários se queixaram de uma cultura empresarial agressiva, com metas e expectativas irreais que contrariam as práticas de trabalho britânicas.

Os funcionários disseram que tinham de trabalhar mais de 12 horas por dia, começando cedo para atender chamadas com a China e terminando tarde, pois as transmissões ao vivo eram mais bem-sucedidas à noite, com horas extras celebradas nas comunicações internas. Alguns membros da equipe de ecommerce foram removidos das contas dos clientes depois de sair em férias anuais.

"O bem-estar de nossa equipe é nossa principal prioridade... [e] a liderança apoia 100% o uso de férias anuais para recarregar totalmente e passar tempo com amigos e familiares", dizia o email à equipe. O TikTok disse que está investindo fortemente na expansão dos recursos, estruturas e processos para oferecer uma experiência positiva aos funcionários.

O email também instou a equipe a relatar quaisquer violações do código de conduta da ByteDance por meio de uma linha direta anônima.

Patrick Nommensen foi anunciado como sucessor interino de Ma. De acordo com o email, Nommensen liderou o lançamento do comércio eletrônico no Reino Unido e era responsável pelas operações de criadores, além de beleza e outras categorias.

De acordo com seu perfil no LinkedIn, Nommensen trabalha para a ByteDance desde 2016, quando o TikTok foi lançado, e também para o Musical.ly, aplicativo de música viral que a ByteDance adquiriu em 2017. "Ele conhece muito bem o negócio e será uma forte liderança interina", dizia o email.

O TikTok se recusou a comentar o e-mail.

Na quarta-feira, um documento compartilhado internamente por um dos funcionários do TikTok sugeriu que as palavras-chave relacionadas à investigação do FT fossem censuradas dos comentários nas transmissões ao vivo do TikTok Shop. A lista incluía as palavras: "Financial Times", "reportagem", "cultura", "tóxico", "Joshua Ma", "capitalista" e "maternidade".

Referindo-se ao documento interno, o TikTok disse: "Embora recebamos e encorajemos ideias independentes dos membros da equipe, nem todas as ideias são implementadas, e esta nunca foi considerada".

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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