CVM abre inquérito para apurar informação privilegiada na Americanas
Autarquia anunciou nesta sexta a abertura de dois inquéritos sobre crise da varejista
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A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) avançou nas investigações sobre o escândalo contábil que levou a Americanas a entrar em recuperação judicial. Dois inquéritos foram abertos para investigar informação privilegiada e irregularidades contábeis na empresa.
Os inquéritos derivam de processos abertos anteriormente pela autarquia. A decisão de abrir inquérito indica que as investigações avançaram dentro da área técnica da empresa. É um passo no sentido de formular acusação por irregularidades na atuação de executivos e empresas.
A CVM não dá detalhes sobre as investigações. No procedimento que investiga informação privilegiada, diz apenas que o objetivo é "apurar eventuais irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia".
A política de remuneração de executivos da Americanas prevê, além de salário e bônus, a cessão de ações como prêmio por desempenho. Durante o ano de 2022, diretores da empresa realizaram uma série de operações de venda de ações em Bolsa.
Minoritários questionam se as operações foram feitas já com conhecimento sobre a real situação da companhia, que veio à tona no dia 11 de janeiro, quando o então presidente Sergio Rial anunciou "inconsistências contábeis" no valor de R$ 20 bilhões.
Na quinta (26), a CVM pediu à Justiça acesso a provas obtidas em processo iniciado pelo Bradesco, que pediu buscas em computadores de executivos da empresa para investigar se houve fraude contábil. O Bradesco obteve autorização, mas a Americanas recorreu.
Em resposta ao recurso, o Bradesco alegou que "a Americanas foi palco para uma das maiores fraudes contábeis da iniciativa privada". A empresa nega que seja possível afirmar que houve fraude.
Nos processos para investigar o caso, a CVM investiga desde o cumprimento de regras para a divulgação de comunicados ao mercado à venda de ações por diretores da Americanas nos últimos ano
Um deles inclui o trio de bilionários acionistas de referência e a diretoria da companhia por omissão de informações relevantes no primeiro comunicado sobre o escândalo contábil que levou ao pedido de recuperação judicial na última quinta-feira (19).
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