Sindicato quer reunião com Americanas para tratar de demissões
Entidades visitam lojas para orientar funcionários e se preparam para possibilidade de enfrentar onda de cortes
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O pedido de recuperação judicial apresentado pela Americanas colocou em alerta dezenas de sindicatos de comerciários em todo o Brasil, que se preparam para a possibilidade de enfrentar uma onda de demissões.
Desde a semana passada, quando uma inconsistência fiscal estimada em R$ 20 bilhões foi tornada pública, dirigentes sindicais já começavam a visitar lojas para orientar funcionários.
Na capital paulista, o sindicato intensificou as visitas nos últimos dois dias. O diretor de relações sindicais do Sindicato dos Comerciários de São Paulo Josimar Andrade calcula ter visitado cerca de 20 unidades da Americanas na região central e nas zonas sul, leste e oeste.
Os relatos coletados nessas lojas são, por enquanto, de tranquilidade. "Diria que o cenário ainda segue sem nada anormal." O sindicato também foi acionado para apurar o fechamento de lojas da rede, como uma, na Penha, zona leste de São Paulo, onde funcionários foram vistos retirando mercadorias antes de as portas serem baixadas.
Segundo a Americanas, essa loja foi fechada por problemas estruturais no imóvel e as negociações para entrega do espaço começaram em outubro do ano passado.
Josimar, do sindicato, diz que os fechamentos identificados nos últimos dias já eram programados, estariam relacionados à entrega do ponto e não seriam consequência do crise em que a varejista mergulhou nos últimos dias.
Na quinta (19), Ricardo Patah, que é presidente do sindicato de São Paulo e também da UGT (União Geral dos Trabalhadores), pediu ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o acionamento das superintendências regionais do trabalho para que acompanhem a possibilidade de demissões em massa. "São muitos funcionários, muitas lojas, vamos precisar de todos cuidando disso."
Nilton Neco, coordenador do setor comerciário da Força Sindical, solicitou à Americanas a realização de uma reunião na próxima semana. O dirigente, que é também presidente do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, diz esperar que a varejista colabore na definição de uma estratégia.
No pedido de recuperação judicial encaminhado à Justiça do Rio de Janeiro, a rede afirma gerar "mais de 100 mil empregos diretos e indiretos" em 3.600 estabelecimentos.
"Nossa primeira estratégia é a reunião. Se isso não acontecer, vamos articular um movimento nacional, buscar o Ministério Público do Trabalho, fazer o que pudermos para garantir os direitos dos trabalhadores", afirma.
O momento, segundo Neco, ainda é de buscar diálogo. Em Porto Alegre (RS), ele diz que os funcionários estão apreensivos. "Claro, foi uma crise que apareceu de uma hora para a outra e nosso papel é mostrar que estamos atuando para garantir que todos os direitos sejam respeitados."
Os sindicatos dos comerciários ligados à Força Sindical também estão sendo orientados a buscar uma comunicação oficial da varejista em suas bases e tomar decisões a partir desses posicionamentos.
Em São Paulo, o sindicato ligado à UGT já teria recebido a sinalização de que "tudo vai ser feito via sindicato". Segundo Patah, a relação com a empresa sempre foi tranquila.
Nas unidades das lojas Americanas, os sindicalistas dizem que estão empregados dois tipos de trabalhador. Nos caixas e no atendimentos estão os mais jovens, muitos em seus primeiros empregos. Os mais velhos e com mais tempo de casa são encarregados, gerentes e supervisores.
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