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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Principal 'reforma' do Congresso é brigar para não retroceder no que já foi aprovado, diz Lira

Presidente da Câmara foi aplaudido por plateia de empresários em Nova York nesta terça

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Nova York

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi fortemente aplaudido em evento com empresários nesta terça-feira (9) em Nova York, ao dizer que o Congresso não vai ceder em temas já aprovados.

"Se eu for afirmar qual é a principal reforma em que o Congresso tem que se debruçar, todos poderão dizer que é a tributária. Não. A principal reforma que o Congresso vai ter que brigar diariamente é reforma de não deixar retroceder tudo o que já foi aprovado no Brasil", disse Lira sob aplausos no evento promovido pelo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria.

Segundo Lira, foi um ato extremo, mas "não por picuinha ou maldade política", a reação na Câmara que derrubou as mudanças feitas nos decretos pelo governo federal no Marco do Saneamento, na semana passada, por 295 votos contra 136.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em evento com empresários nesta terça-feira (9) em Nova York - Érika Garrida/Lide

"Um decreto, na hierarquia das leis, não pode alterar uma lei aprovada pela Câmara e pelo Senado atacando um ponto que foi discutido amplamente, como foi o Marco do Saneamento no nosso país. Antes disso, [houve] 10 ou 12 dias de muita negociação para que o governo pudesse rever trechos do decreto. Não foi possível", afirmou. Lira disse esperar que o Senado consagre a votação nesta semana.

Ele também citou as reformas previdenciária e trabalhista, aprovadas nos governos dos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Michel Temer, e mencionou o fortalecimento do protagonismo da Câmara e do Senado, adicionando que a realidade atual não tem o mesmo cenário de outros anos de eleições petistas.

"A Câmara e o Senado aumentaram o seu protagonismo. O mundo do Brasil de 2002 não é o mesmo de 2023, não é o mesmo de 2010, não é o mesmo de 2014. Nós não tínhamos lei de responsabilidade fiscal, não tínhamos internet, não tínhamos agências reguladoras, não tínhamos um Congresso com maior protagonismo. O nosso desafio vai ser fazer com que o arcabouço e a reforma [tributária] fiquem à margem da polarização e das discussões políticas", afirmou.

O presidente da Câmara também recebeu o endosso dos aplausos dos empresários da plateia ao mencionar o problema da polarização no Brasil.

"A gente precisa ter cuidado com essas possibilidades de exacerbação de aumento ou diminuição das fricções políticas no país e temos que ter sempre o princípio de evitar a polarização demasiada. Quando os extremos começam a ficar muito fortes e ter evidências nas suas atuações, todo o resto da sociedade paga, porque fica espremido pela dificuldade de diálogo", afirmou.

Sobre a reforma tributária, disse que sairá a que será possível para melhorar o ambiente de negócios e atingir "principalmente o que tem faltado no país ultimamente, que é a segurança jurídica", problema que, segundo Lira, não tem sido causado pelo Congresso.

"Não é o Congresso que tem instabilizado a segurança jurídica no país. Precisamos que esse ambiente se normalize e se tranquilize para que investidores externos e recursos internacionais possam transitar de maneira segura", afirmou Lira.

Mais tarde, em entrevista a jornalistas, o presidente da Câmara afirmou que o tema da votação do arcabouço fiscal precisa ficar fora de qualquer discussão política.

"Querer rediscutir reformas aprovadas há anos no Congresso é retrocesso. Não sou eu nem o presidente do Senado que vamos impor vitórias ou derrotas. É o placar do plenário. A maioria das Casas é conservadora e liberal. Determinadas pautas nos separam e não é interessante que sejam tratadas agora. Temos de focar nossas energias no que nos une, que é arcabouço e reforma tributária. Não podemos passar essa imagem de insegurança jurídica para o exterior", disse.

A jornalista viajou a convite do Lide.

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