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Arroz chinês mostrado em vídeos não é de plástico e nem será importado pelo Brasil

Edital possibilita compra de produto tipo um, ou seja, o de melhor qualidade

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São Paulo

Vídeos enganam ao sugerir que o arroz a ser importado pelo governo federal é feito na China com plástico e papel. Posts com vídeo do processo de fabricação de arroz em máquinas da empresa chinesa SunPring, verificados pelo Comprova, sugerem incorretamente que o grão produzido por esse equipamento é feito de plástico e será comprado pelo Brasil. Na verdade, a empresa reprocessa grãos quebrados e dá ao produto o formato de um grão de arroz normal.

A SunPring explica no site que seu arroz é artificial e pode ser feito com milho, trigo, aveia e soja, além de grãos quebrados de arroz como matéria-prima. É possível ainda incrementar nutrientes como cálcio, zinco e ferro. Em nenhum momento é cogitado o uso de papel ou plástico na produção do grão.

Vista aérea de colheita de arroz em aldeia em Chongqing, na China - Yang Min - 22.set.2023/Xinhua

E, diferentemente do que afirmam os posts, o governo federal não prevê a importação de arroz artificial. Segundo edital da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o arroz importado deve ser tipo um, ou seja, o de melhor qualidade, da safra 2023/2024. O documento detalha ainda que o produto deverá ter aspecto, cor, odor e sabor característico de arroz beneficiado, sendo vedada a aquisição de arroz aromático. A medida adotada pelo governo federal tem por objetivo suprir a demanda após perdas na safra do Rio Grande do Sul, maior produtor do país, devido às enchentes.

A Conab disse que o arroz poderá ser comprado de todos os países produtores e exportadores de arroz, mas as variedades precisam ser compatíveis ao consumo brasileiro, conforme Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária número 6/2009. Essa normativa da Conab especifica que o arroz importado é proveniente da espécie Oryza sativa L., uma das mais cultivadas globalmente, como mostra detalhamento feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

O autor do post enganoso foi procurado, mas não respondeu até a publicação deste texto.

Enganoso, para o Comprova, é todo conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Gazeta e publicada em 28 de maio pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, UOL, Correio Braziliense, Correio, BandNews FM, AFP, SBT, SBT News e O Popular.

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