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Tebet defende mudança em mandato do BC e manutenção da autonomia

Ministra propôs reduzir tempo em que presidente escolhido por um governo permanece no cargo durante uma nova gestão

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Brasília

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu uma mudança no mandato de presidente do Banco Central, para evitar que o nome escolhido por um governo passe dois anos no cargo durante uma nova gestão do Executivo.

"Acho que é saudável a autonomia do Banco Central, mas eu questionei [quando senadora] esses dois anos de um presidente do Banco Central de governos passados. Acho que um ano é mais que o suficiente, é o tempo de se adequar e passar o bastão", afirmou, nesta terça-feira (2).

A declaração acontece após o presidente Lula (PT) voltar a questionar a autonomia da instituição financeira e criticar seu atual presidente, Roberto Campos Neto —escolhido para a instituição financeira por Jair Bolsonaro (PL).

A ministra Simone Tebet durante evento no Palácio do Planalto - Folhapress

Atualmente, o mandato para o Banco Central dura quatro anos e começa na metade de um governo.

Jair Bolsonaro, por exemplo, assumiu a Presidência em 2019 e indicou Campos Neto em 2020, com mandato até o final de 2024. Já Lula assumiu o Executivo em janeiro de 2023 e só poderá fazer sua escolha no final deste ano. O indicado pelo petista terá mandato até 2028 —as novas eleições presidenciais estão marcadas para 2026.

Portanto, quando há uma troca na Presidência da República, ainda restam dois anos do gestor do Banco Central nomeado pelo anterior ocupante do Palácio do Planalto.

A proposta de Tebet é que o mandato seja alterado, para fazer com que a troca na Presidência e no Banco Central tenha apenas um ano de distância. Ela não detalhou como essa mudança poderia ser feita.

Desde o início de seu terceiro governo, Lula critica a gestão de Campos Neto e a taxa de juros aplicada pela instituição.

As declarações se intensificaram nas últimas semanas e, nesta terça, o petista voltou a dizer que o atual presidente do Banco Central tem viés ideológico.

"A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que seu presidente não fique vulnerável às pressões políticas. Se você é democrata, permite que isso aconteça. Quando é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere da instituição", afirmou Lula em entrevista à rádio Sociedade da Bahia.

"O Banco Central é uma instituição do estado, não pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado", disse o presidente.

Lula também reclamou que só poderá fazer mudanças na instituição no final do ano, reverberando, em parte, a opinião de Simone Tebet sobre os problemas no mandato.

"Não dá para ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político, definitivamente eu acho que ele tem viés político. Eu não posso fazer nada, tenho que esperar ele terminar o mandato", afirmou Lula.

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