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Alívio para os argentinos, os primeiros números da Azzas e o que importa no mercado

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Victor Sena
São Paulo

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Alívio para os argentinos

A inflação na Argentina desacelerou para 4% em julho, a taxa mais baixa dos últimos dois anos e meio, segundo o órgão de estatísticas Indec. Em junho, o índice havia sido de 4,6%.

↳ No acumulado de 12 meses, a inflação caiu de 271% para 263%, ainda um dos números mais altos do mundo.

↳ Para comparação, a taxa acumulada no Brasil até este mês está em 4,50%.

Alívio. Os preços no país vêm desacelerando desde o final de 2023, quando a inflação atingiu 25,5% em dezembro.

O recorde foi impulsionado por uma das primeiras medidas do presidente Javier Milei, que desvalorizou a moeda oficial em relação ao dólar, aproximando-a do valor do mercado paralelo.

Sim, mas… A queda dos preços ocorre após um forte corte de gastos, incluindo demissões de servidores, paralisação de obras e congelamento de repasses para educação e saúde.

↳ O consumo das famílias despencou, e o país enfrenta uma crise, garantindo essa inflação mais baixa.

↳ A tradicional carne vermelha, por exemplo, tornou-se menos frequente nas refeições.

Por um lado… As políticas elevaram a pobreza e o desemprego, gerando protestos e críticas de movimentos sociais.

Por outro… Foram elogiadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e auxiliaram a Argentina a ter um primeiro semestre com contas no azul, primeira vez desde 2008.

↳ Esse equilíbrio nas contas é essencial para reduzir a inflação, estabilizar o dólar e atrair investidores.

↳ Analistas apontam que a população se mostrou disposta a dar uma chance às ideias de Milei nos últimos meses, o que manteve uma estabilidade política.

Nova dor de cabeça. Com o alívio nos preços, a inflação deixou de ser a principal preocupação dos argentinos.

↳ Para 37% dos argentinos, o desemprego é o maior problema. A inflação ocupa o segundo lugar, com 29%, seguida pela corrupção, com 22%. Destaquei essa mudança de cenário nesta edição da newsletter.

Montanha-russa. O FMI prevê uma recessão de 3,5% na economia em 2024 devido ao corte de gastos de Milei. No entanto, a recuperação vem rápido, com uma alta de 5% no PIB de 2025.

Milei, o viajante. Enquanto o país começa a sentir os efeitos de uma inflação mais baixa mês a mês, Javier Milei focou as últimas semanas na agenda internacional.

Ele esteve no Brasil para se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro, sem considerar uma visita à Lula, visitou Emmanuel Macron durante as Olimpíadas de Paris e liderou as críticas de alguns países vizinhos às eleições na Venezuela.

↳ A Argentina teve seus diplomatas expulsos por Nicolás Maduro, e o Brasil assumiu as instalações da embaixada.


Os primeiros números da Azzas

A Azzas, empresa de moda resultante da união entre Arezzo e Soma, divulgou nesta semana seu primeiro balanço desde a fusão que criou a maior casa de marcas de moda da América Latina.

↳ O faturamento no trimestre foi de R$ 1,35 bilhão, alta de 20%.

↳ O lucro disparou 27%, batendo R$ 128 milhões.
A comparação foi obtida a partir de uma estimativa da própria companhia de quanto teria sido a receita e o lucro conjuntos no segundo trimestre de 2023.

Relembre. O grupo Arezzo&Co era dono da Anacapri, Arezzo, Reserva, entre outras. Já o grupo Soma, fundado no Rio de Janeiro, reunia Farm, Foxton, Animale, Fábula, Hering. As empresas decidiram apostar numa fusão ainda em 2023, visando impulsionar as marcas e ganhar mercado.

↳ A Azzas reúne ao todo 34 nomes.

Repercussão. Segundo o relatório do banco Goldman Sachs, os resultados foram alinhados com as expectativas, com destaque para o e-commerce. O banco alertou para o aumento das despesas resultado da abertura de lojas.

↳ Nos últimos cinco pregões na Bolsa, a ação sobe 9,7%.

Bilhões. Com tamanhos parecidos, Arezzo e Soma tinham uma receita anual somada de R$ 12 bilhões, que agora é o ponto de partida da Azzas.

↳ Ganhos de sinergia devem impulsionar o crescimento do faturamento em mais R$ 4,5 bilhões.

↳ Um exemplo é a inclusão de calçados Arezzo em lojas da Farm.

Os nomes. O grupo é liderado por Alexandre Birman, com Pedro Parente na presidência do conselho.

Roberto Jatahy, ex-presidente da Soma, lidera a unidade feminina, enquanto Rony Meisler está à frente da AR&Co, com Reserva e Oficina. Thiago Hering continua como CEO da Hering.


Café verde

O café brasileiro está ajudando a Nestlé a ficar mais verde e reduzir suas emissões de poluentes. Ela é dona de marcas gigantes, como Nescafé, Nespresso e da linha de produtos embalados da Starbucks.

↳ A empresa se comprometeu a reduzir em 50% a emissão de carbono até 2030.

↳ Para isso, deve garantir que todo o café e cacau usados tenham certificação ambiental já em 2025, e que 20% sejam de agricultura regenerativa.

Entenda: boa parte das emissões atribuídas à Nestlé (65%) estão nos processos de agricultura e pecuária dos fornecedores, como a criação de vacas-leiteiras, plantações de cacau, café e cana-de-açúcar.

↳ Foram 92 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) em 2018.

Brasil sai na frente. A tradição do cultivo de café foi um dos fatores, assim como a oferta de energia sustentável e a agenda ambiental, que levaram a multinacional de alimentos a trazer investimentos ao país.

↳ O Brasil é maior produtor do mundo, dono de 40% da safra.

Ajudinha da ciência. Uma nova variedade de café, batizada de Star 4, foi criada pela Nestlé em um processo de melhoramento genético em parceria com a Fundação Procafé. Ela surgiu a partir das plantas Typica e Catimor.

↳ O cultivo reduz a emissão de gases em até 41%, segundo cálculos da companhia. Ela já é plantada na região de Franca (SP).

↳ A exportação desses grãos diferenciados têm crescido. Entre eles, os chamados "premium" e os com certificação de práticas ambientais.

Mais verde. Reduzir as emissões na agricultura cafeeira envolve, por exemplo:

Cafezinho mais caro. Problemas na produção do segundo maior produtor mundial, o Vietnã, diminuíram a oferta do café no mundo e pressionaram os preços. Para piorar, a safra brasileira também dá indícios de que será menor.

↳ A saca de 60 kg custava cerca de R$ 1.400 nesta quarta-feira (14) no mercado.

Bom para o exportador, ruim para o consumidor. Grãos e dólar mais caros fazem com que o produtor prefira exportar, o que diminui a demanda e pressiona o preço aqui nos supermercados.

↳ O café em pó teve alta de 12% no primeiro semestre em São Paulo, de acordo com a instituição Fipe.


Startup da semana: Aetos Tech

A startup: fundada em 2020 no Rio de Janeiro, é uma empresa especializada em detecção de fraudes e crimes financeiros a partir da análise de grandes volumes de dados.

Em números: ganhou financiamento de R$ 3,1 milhões do governo federal para prestar soluções à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão que fiscaliza parte do mercado de investimentos no Brasil.

Quem investiu: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Que problema resolve: usa inteligência artificial para automatizar investigações em documentos a partir de atividades suspeitas. Diminui assim o risco de que alguma fraude escape aos olhos das empresas e órgãos públicos.

Por que importa: a CVM escolheu a startup entre 11 que concorreram a um edital lançado no início do ano. A Aetos Tech desenvolverá uma tecnologia exclusiva para o órgão monitorar a relação entre pessoas físicas e instituições.

Um tipo de fraude comum no mercado financeiro, e monitorada de perto pela CVM, é o insider trading no mercado de ações. É quando um investidor tem acesso de antemão a informações internas de uma empresa e lucra com isso na Bolsa.

A ferramenta deverá apontar vínculos que não estão explícitos e que escapam das investigações tradicionais.

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