Maior minoritário da Americanas perde R$ 53 mi em um mês, mas mantém aposta e compra mais ações

Dono de 120,5 milhões de papéis, Inácio de Barros Melo Neto diz que prejuízo da empresa está controlado

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São Paulo

O advogado pernambucano Inácio de Barros Melo Neto, 44 anos, que no mês passado se tornou o maior acionista minoritário da Americanas, com 12,5% das ações, reforçou a aposta na varejista em meio ao prejuízo bilionário anunciado na noite desta quarta-feira (14).

Nesta quinta (15), depois de ter conferido os números do balanço consolidado de 2023 e dos primeiros seis meses deste ano –que apontaram, respectivamente, perdas de R$ 2,3 bilhões e R$ 1,4 bilhão–, Melo Neto comprou mais 3 milhões de ações da Americanas, atingindo 120,5 milhões de papeis da companhia. Ao todo, ao longo do último mês, investiu mais de R$ 1 milhão em 7,5 milhões de novas ações.

"Eu considero que o prejuízo está controlado", disse Melo Neto à Folha. "Se os bancos que se tornaram acionistas e não têm mais o papel para vender hoje, estão zerados, significa que estão com boas perspectivas a respeito da companhia", diz ele, que também tem fé no trio de bilionários que são os acionistas de referência da empresa: Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

"Os homens mais ricos do Brasil não fariam um aporte de R$ 12 bilhões em um mau negócio."

Homem de terno e gravata azuis escuros em frente a painel azul com o nome da faculdade de medicina de olinda escrito em branco e um brazão da faculdade
Empresário Inácio de Barros Melo Neto é o maior acionista minoritário da Americanas - Divulgação

Em 15 de julho, suas então 113 milhões de ações AMER3 eram equivalentes a R$ 70 milhões. No entanto, com a queda no valor dos papéis (77% nos últimos 30 dias), todos os seus papéis, incluindo os novos aportes, representam R$ 17 milhões –uma perda de R$ 53 milhões em um mês, considerando o valor de fechamento desta quinta (R$ 0,14).

"Não tem lógica a queda do papel, a empresa está se recuperando", diz ele, que depois do aumento de capital de R$ 24 bilhões no último mês por parte dos acionistas de referência e dos bancos credores, se tornou um minoritário bem menos relevante, com menos de 1% da companhia.

"Considerando a nova estrutura de capital, teremos um capital social composto por 19,7 bilhões de ações, 49,2% nas mãos dos acionistas de referência, 47,5% na mão dos bancos credores, e 3,3% com o resto do mercado", informou a diretora financeira e de relações com investidores Camille Faria, durante teleconferência de resultados nesta quarta-feira.

"No dia 26 de agosto, a companhia vai passar por um grupamento de ações, com um número total de ações que compõem o seu capital cem vezes menor do que hoje, mas a participação acionária de cada acionista, em termos percentuais, não se altera", disse ela.

Membro de uma família tradicional de Olinda, Melo Neto comanda instituições de ensino –é diretor da Faculdade de Medicina de Olinda e do Colégio Ecolar. Foi vereador em Recife, de 2008 a 2012 pelo PTN (depois foi PT e PSB), e também comanda o Instituto Maria Alcoforado de Barros Melo, voltado ao tratamento de crianças portadoras da síndrome de Down.

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